Brasil

Ministro afasta governo de manifestações do PT sobre conflito em Israel

Paulo Pimenta diz que governo "condenou atos terroristas desde o primeiro momento"

Rafah, ao sul da Faixa de Gaza, após bombardeio israelenseRafah, ao sul da Faixa de Gaza, após bombardeio israelense - Foto: Said Khatib/ AFP

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, disse nessa segunda-feira (23) que “não se deve misturar” manifestações do Partido dos Trabalhadores (PT), legenda à qual ele próprio e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva são filiados, com as posições oficiais do governo em relação ao conflito entre Israel e o Hamas no Oriente Médio.

Em participação no “Roda Viva” (TV Cultura), o ministro afirmou que o governo “condenou os atos terroristas desde o primeiro momento” e que atua para “promover a paz, encontrar um caminho para um cessar-fogo, e garantir o estabelecimento de um corredor humanitário” para retirar civis do meio do conflito.

No dia 7 de outubro, quando células armadas do Hamas invadiram Israel e promoveram assassinatos e o sequestro de inocentes, o PT divulgou nota na qual evitava críticas diretas ao grupo palestino responsável pelo primeiro passo em direção ao conflito.

Pimenta pontuou que o partido nunca teve relações com o Hamas, mas sim com a Autoridade Palestina, grupo que foi liderado por Yasser Arafat.

— Acho que, neste momento, ninguém pode deixar de condenar o que o Hamas fez. Existe uma unanimidade. Quem é que pode ser a favor de um ataque bárbaro? Da mesma forma, ninguém pode ser favorável a um bombardeio indiscriminado em que morrem milhares de civis — ponderou Pimenta.

O ministro justificou o fato de que há poucas críticas incisivas por parte do governo ou mesmo de Lula em relação à conduta do Hamas citando que o Brasil busca ampliar sua “capacidade de diálogo”, uma vez que o país exerce a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) até o fim do mês.

Sobre o veto dos Estados Unidos à resolução apresentada pelo Brasil em relação ao conflito, Pimenta disse que a rejeição americana se deveu “muito mais a uma questão interna do país, para tentar dar um protagonismo, do que propriamente uma discordância”.

— O nosso esforço é pautado em um cessar-fogo e no corredor humanitário. É muito importante que essa resolução condene os atos terroristas, defenda a liberação imediata dos reféns — declarou.

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