Queiroga diz que decisão de exonerar Luana foi dele e que não há infectologista no ministério
O ministro Marcelo Queiroga (Saúde) disse à CPI da Covid que a decisão de voltar atrás na nomeação da médica Luana Araújo na Secretaria Extraordinária de Combate à Covid-19 foi dele e não houve "óbice da Casa Civil" à infectologista.
"A Casa Civil aprovou o nome dela", afirmou Queiroga.
Em depoimento à comissão, Luana disse que havia sido avisada pelo ministro dez dias após o anúncio de que assumiria a secretaria de que o "nome dela não havia sido aprovado na Casa Civil".
A declaração reforçou a suspeita do colegiado de que o ministro não tem autonomia. Segundo ele, o problema foi que a médica não promovia "o consenso" que ele queria.
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"Só que nesse ínterim, o nome da Luana, apesar da qualificação técnica, começou a sofrer muitas resistências, em face dos temas que são tratados aqui, onde há uma divergência muito grande na classe médica, isso é patente, divergência de grupo de médico A, de grupo de médico B", disse.
"Eu entendi que naquele momento, a despeito da qualificação dela, não seria importante a presença dela para contribuir para a harmonização desse contexto. Então num ato discricionário desse ministro decidi não efetivar a sua nomeação", concluiu.
Queiroga ainda disse que ela iria ocupar o lugar de infectologista no ministério, já que a única médica na pasta com esta especialidade é da CGU (Controladoria Geral da União). Segundo Queiroga, o ministério conta apenas com consultores infectologistas.