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CPI da Covid

Ministro da Saúde 'está a um passo de ser indiciado' pela CPI, diz Randolfe

Randolfe Rodrigues, vice presidente da CPIRandolfe Rodrigues, vice presidente da CPI - Foto: Pedro França/Agência Senado

O vice-presidente da CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse nesta terça-feira que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está a um passo de ser indiciado pela comissão. Segundo Randolfe, o ministro precisa garantir a vacinação de adolescentes, medida que chegou a ser suspensa pelo Ministério da Saúde, mas vem sendo aplicada pelos estados. O senador disse ainda que o ministro precisa apresentar o cronograma de vacinação de 2022.

Alguns senadores defendem uma nova convocação de Queiroga, que já falou duas vezes na CPI, mas como ele está com Covid-19, é preciso respeitar um período de quarentena. Em razão disso, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), se posicionou na semana passada contra ouvi-lo mais uma vez.

"O ministro Queiroga está a um passo de ser indiciado na investigação. Ele tem a chance... Eu , se fosse ele, estaria mais interessado em vir à CPI do que nós. É a chance de ele não ser indiciado. Para ele não ser indiciado, eu pediria o cumprimento de duas condições. Primeiro: que crianças e adolescentes serão vacinados. Segundo: nos apresentasse a programação da vacinação no ano que vem, quantas vacinas estão adquiridas, quando começará, qual a programação da terceira dose. Estou pedindo o mínimo do ministro da Saúde no meu país. E, sem responder essas perguntas satisfatoriamente, ele será indiciado — disse Randolfe.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), também criticou o ministro:

"Inacreditável a maneira como ele está apegado ao cargo e, com isso, adere às teses malucas do presidente da República".

Renan também disse que relatório está praticamente ponto, sendo necessária apenas uma atualização com os últimos depoimentos. Ele e Randolfe apontaram ainda a necessidade de aprofundar as investigações sobre a VTC Log, uma empresa de logística com contratos no Ministério da Saúde e responsável pelo transporte de insumos, inclusive vacinas. O relator e o vice-presidente da CPI também são a favor de chamar o ministro da Defesa, Braga Netto, em razão do seu trabalho no enfrentamento da pandemia quando foi ministro da Casa Civil. Mas, mesmo dentro do grupo oposicionista na CPI, não há consenso sobre a convocação de Braga Netto.

"Sou a favor, mas não tivemos condições concretas para aprovar a convocação",  disse Renan.

"Acredito que tem que vir por conta da condução dele quando na Casa Civil. Não há consenso sobre isso, mas vou  insistir em questão de ordem na sessão de hoje ou de amanhã", disse Randolfe.

O vice-presidente da CPI não quis apontar uma data para o término da CPI:

"Não dá para marcar data de encerramento da CPI. Enquanto tiver bambu, vai ter flecha".

Randolfe também criticou o empresário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, que vai prestar depoimento na quarta. Na segunda, Hang gravou um vídeo em que aparece de algema e diz que vai entregar um chave para cada senador da CPI da Covid para que possam prendê-lo se não aceitarem o que ele falar. Ele é defensor do tratamento precoce com remédios comprovadamente ineficazes para Covid-19, e apontado como integrante do gabinete paralelo para assessor o presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia.

"Se ele não tiver respeito ao Parlamento, compreenda que é necessário em uma democracia ter respeito às leis. Será tratado com respeito, mas a CPI não tolerará desacato, que na condição de testemunha falte com a verdade", disse Randolfe.

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