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CPI

Ministro diz que Tebet é 'descontrolada', e sessão da CPI é encerrada

Ele deu indícios de que poderia agredir Rosário, sendo contido por assessores

À mesa, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário.  À mesa, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário.  - Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Em um momento de grande tensão na CPI da Covid, Wagner Rosário, ministro da CGU (Controladoria-Geral da União) e capitão da reserva do Exército, afirmou que a senadora Simone Tebet (MDB-MS) estava "descontrolada", dando início a um bate-boca na sessão desta terça-feira (21).

A sessão acabou encerrada pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). Ele deu indícios de que poderia agredir Rosário, sendo contido por assessores.
Tebet falou sobre diversos pontos de relatórios da CGU que foram analisados pela CPI, indicando omissão do órgão. Disse que o ministro era um "engavetador".

Ao responder, Rosário afirmou que havia uma série de inverdades. "Bem, senadora, com todo o respeito à senhora, eu recomendo que a senhora lesse tudo de novo, porque a senhora falou uma série de inverdades aqui."

Tebet então rebateu que ele poderia apontar que ela disse inverdades, mas não poderia ordenar que ela relesse os documentos.
"A senhora me chamou de engavetador. Me chamou do que quis", disse o ministro. "A senhora está totalmente descontrolada."

O senador Otto Alencar (PSD-BA) defendeu a senadora e chamou Rosário de "moleque", aumentando a confusão.
Todos os senadores então cercaram a mesa principal da CPI, em uma grande discussão. Aziz, que estava sentado, levantou-se rapidamente e partiu em direção a Rosário com dedo em riste. O ministro da CGU então colocou as mãos em seu ombro, em sinal de apaziguamento.

Em outro foco da discussão, o líder do governo Jair Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), tentou retirar Otto da discussão, mas foi repreendido por Rogério Carvalho (PT-SE). Os dois também seguraram os braços do interlocutor, em uma discussão ríspida.
Rosário, bolsonarista e alinhado às demandas do Palácio do Planalto, sempre minimizou as irregularidades na compra da Covaxin.

Primeiro, quando o governo Bolsonaro anunciou a suspensão do contrato, em 29 de junho, o ministro da CGU afirmou que "existem denúncias de uma possível irregularidade que não conseguiu ainda ser bem explicada pelo denunciante".

"Vamos fazer essa apuração para que a gente tenha certeza de que não existe nenhuma mácula no contrato."
O ministro omitiu que a suspensão do contrato foi uma determinação da Corregedoria-Geral da União e que a medida vale até a conclusão da investigação preliminar.

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Um mês depois, no último dia 29, Rosário participou de entrevista coletiva para apresentar os resultados da auditoria que capitaneou. Ele apontou apenas montagens em documentos apresentados pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde, com encaminhamento à Polícia Federal para perícia.

O ministro negou existirem outras irregularidades no processo, como no tempo célere de análise da contratação, no preço da vacina –US$ 15, o mais alto dentre os imunizantes comprados pelo governo– e nos documentos para importação.

Esses documentos também têm indícios de adulteração e foram usados pela Precisa para tentar pagamentos antecipados de US$ 45 milhões.

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