Ministro do TSE dá dez dias para PSDB explicar suspensão das prévias
O senador Omar Aziz (AM), disse que há um empenho para que Pacheco se viabilize como candidato
Em um discurso repleto de indiretas ao presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), assumiu nesta terça-feira (23) a condição de pré-candidato à Presidência da República durante a convenção do partido, em Brasília. Apesar de ter evitado formalizar categoricamente sua entrada na disputa, ele disse que estará “a serviço do Brasil” em 2022 e prometeu a elaboração de um “planejamento de nação”.
Após o evento, Pacheco foi tratado como pré-candidato pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, mas evitou assumir o posto e disse que a pré-candidatura será formalizada no “momento oportuno”.
"Precisamos ter alternativas para que o Brasil possa se submeter a uma mudança tranquila — disse Pacheco, no evento — Convocado a essa missão de servir o PSD, eu o faço na condição de presidente do Congresso, e em relação às eleições de 2022, reforço que estarei de corpo, alma, mente e coração a serviço do partido e a serviço do Brasil".
O presidente do Senado afirmou que a economia brasileira está “contaminada”, falou de propostas por uma educação mais inclusiva e na defesa do meio ambiente. "Que esse movimento do PSD possa ser interpretado como uma contribuição do partido a democracia brasileira. Vamos construir uma proposta", declarou.
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Sem mencionar diretamente Bolsonaro, Pacheco disse que “embora alguns tenham sugerido que não houvesse eleição, o que foi prontamente repudiado, as eleições acontecerão”.
"Amor ao Brasil não é só colocar camisa brasileira e sair xingando o STF e ao Congresso. Amar o Brasil é respeitar o que é diferente", alfinetou, em referência aos bolsonaristas.
Em sua fala, Pacheco fez outras críticas à gestão atual, citando problemas “evitáveis” e o radicalismo como questões centrais. Também defendeu um “planejamento de nação”.
"O que estamos vivendo no Brasil hoje são diversos problemas que seriam plenamente evitáveis se fizéssemos da política aquilo para o que ela existe, que é buscar solução para a vida das pessoas".
"Estamos vivendo o radicalismo e extremismo que está acabando com o Brasil e precisamos conter", disse Pacheco. Ele afirmou que a “política da discórdia está acabando com o Brasil”.
"Com a alta do juros, a desvalorização da nossa moeda e a violência é difícil fazermos solução de caminho da solução sem planejamento. O que temos que pregar é defesa da democracia, é um planejamento de nação", afirmou.
Pacheco falou também em pacificação nacional e na defesa dos direitos das mulheres, dos negros e também o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia. Falou, ainda, na responsabilidade fiscal e defendeu programas sociais como o Bolsa Família.
Antes do discurso, o presidente do PSD, Gilberto Kassab reforçou o convite para que Pacheco dispute a presidência.
"Quero ter a honra de formalizar aqui o convite do PSD para que você possa ser o nosso candidato à presidência da República nas eleições de 2022", disse Gilberto Kassab.
A convenção do PSD foi marcada pela pressão para que assuma publicamente a pré-candidatura. A primeira diretriz da sigla na carta aprovada pela convenção é justamente “lançar candidatura própria à presidência na eleição de 2022”.
O senador Omar Aziz (AM), disse que há um empenho para que Pacheco se viabilize como candidato.
"Temos capilaridade hoje para ter um presidente da República. Presidente Rodrigo, caso, e eu espero que isso aconteça, Vossa Excelência chegue a ser nosso candidato, estamos trabalhando para isso, em qualquer lugar do Brasil o senhor vai ter uma pessoa levantando a bandeira do PSD", disse Aziz.
O apresentador José Luiz Datena gravou um vídeo que foi exibido durante o evento no qual incentivou Pacheco a assumir a candidatura.
"Que Deus ilumine essa mente tranquila do nosso querido presidente do Senado, não é pressão nenhuma, neste momento tomar uma decisão de assumir a candidatura da presidência da república porque o brasil precisa de gente como você. Que você tenha a melhor escolha possível", afirmou Datena.
O senador Angelo Coronel (BA) disse que o PSD deve buscar protagonismo na próxima eleição: "Chega de ser coadjuvante. Temos que ser protagonistas na política brasileira. Aqui tem que ser alavanca da candidatura de Rodrigo Pacheco para presidente".
O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, apostou que Pacheco será eleito presidente da República.
"Nós temos o compromisso de acabar com a fila do osso no lixo. Temos compromisso de acabar com a irresponsabilidade, a divisão e tudo isso passa, senhor presidente do Congresso, pelo senhor. O senhor vai ser presidente da República. É uma caminhada certa e segura que vamos abraçar de corpo e alma".