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ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS

Ministro interino do GSI diz que imagens vão demonstrar que não houve omissão de Gonçalves Dias

Ministro do STF Alexandre de Moraes quebrou sigilo de vídeos do circuito interno do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro

Imagens mostram Gonçalves Dias no Palácio do Planalto durante os atos golpistasImagens mostram Gonçalves Dias no Palácio do Planalto durante os atos golpistas - Foto: Reprodução / CNN Brasil

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A divulgação da íntegra dos vídeos gravados pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto no 8 de janeiro — determinada na sexta-feira (21) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal —, livrará o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Marco Edson Gonçalves Dias de qualquer suspeita. A afirmação é do ministro interino GSI, Ricardo Cappelli. Após divulgação das imagens editadas na quarta-feira pela CNN Brasil, o general Gonçalves Dias pediu demissão.

"O general Gonçalves Dias é um servidor com décadas de serviços prestados ao Estado brasileiro. Agora é muito importante que as pessoas vejam as imagens sem os cortes, sem a edição, porque foram feitos cortes com claro intuito de atingir o governo e o general. Com a liberação das imagens vai ficar demonstrado que não há qualquer possibilidade de ilação com relação à conduta do general, que, inclusive, de forma muito honrosa, fez questão de se afastar das suas funções para que não houvesse dúvida sobre a lisura da conduta dele", afirmou.

Segundo o ministro interino, o GSI vinha tratando as imagens como sigilosas porque elas integram o inquérito sob sigilo do STF que investiga as responsabilidades pelos atos golpistas. Cappelli informou que a decisão de Moraes foi em resposta a uma consulta feita por ele sobre a possibilidade de divulgar as imagens na íntegra, para atender a requerimentos feitos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Na decisão, Moraes afirmou que "inexiste sigilo das imagens" e que a situação atual não configura uma exceção aos princípios de publicidade e transparência. E ordenou que "todo material existente" do circuito de câmeras do Planalto no dia dos atos seja enviado ao STF em até 48 horas.

O ex-ministro Gonçalves Dias prestou depoimento ontem à Polícia Federal por cerca de cinco horas. À PF, ele negou omissão e disse que estava retirando extremistas de um setor do Palácio do Planalto, mas não efetuou prisões, porque estava fazendo "gerenciamento de crise".

"Que indagado porque, no 3° e 4° pisos, conduziu as pessoas e não efetuou pessoalmente a prisão, respondeu que estava fazendo um gerenciamento de crise e essas pessoas seriam presas pelos agentes de segurança no 2° piso tão logo descessem, pois esse era o protocolo", registrou a PF durante o depoimento de Dias, que durou cerca de cinco horas.

O ex-ministro explicou também que, sozinho, não teria conseguido prender os extremistas.

"Que o declarante não tinha condições materiais de, sozinho, efetuar prisão das 3 pessoas ou mais que encontrou no 3° e 4° andares, sendo que um dos invasores encontrava-se altamente exaltado", relatou o general à PF.

As imagens da invasão do Palácio do Planalto mostram também agentes do GSI conversando com os golpistas. Um deles, o major José Eduardo Natale, oferece água aos extremistas. No depoimento, o ex-ministro afirmou ainda que, se tivesse visto a cena, teria prendido o militar.

"Que indagado a respeito de o major José Eduardo Natale de Paula Pereira haver entregue uma garrafa de água a um dos invasores; que deve ser analisado pelas circunstâncias do momento os motivos do major, mas que, se tivesse presenciado, o teria prendido", disse.

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