Congresso

Ministros de Lula se reúnem com senadores aliados de Bolsonaro após derrota no Congresso

Após revés na Câmara, com a derrubada de trechos do decreto do saneamento, Rui Costa e Jader Filho foram ao senado para encontro com parlamentares de oposição

SenadoSenado - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Após a derrota do governo na Câmara, com a derrubada de trechos do decreto do saneamento, ministros de Lula se reúnem nesta quarta-feira (10) com senadores da oposição e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O encontro acontece na liderança do governo no Senado, ocupada por Jaques Wagner (PT-BA), e tem como objetivo tentar barrar a derrubada do decreto pelos senadores.

Os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades) têm a missão de convencer os parlamentares a votar contra a derrubada. Na terça-feira, eles estiveram reunidos com senadores da base e receberam sinalizações positivas.

Nos bastidores, no entanto, a avaliação de integrantes de partidos de centro é que será muito difícil o governo conseguir barrar a reversão do decreto e que o melhor movimento seria a revogação da medida de Lula para que não haja outra derrota no plenário do Senado.

Ao final do encontro, a oposição não se comprometeu com um posicionamento. Primeiro a deixar a reunião, o senador Marcos Pontes (PL-SP) afirmou que nada ficou definido, mas que —O que for decidido será o melhor para o Brasil. Ele afirmou ainda que essa foi a primeira vez que o governo o chamou para uma conversa.

Pontes faz parte da Comissão de Infraestrutura, onde o PDL do saneamento pode começar a tramitar. O colegiado deverá fazer audiências com os ministros sobre o tema.

O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), disse ter feito críticas sobre a forma como o governo alterou o Marco do Saneamento, por meio de um decreto —instrumento que não passa pelo escrutino do Congresso.

—Se ele quer mudar a lei que ele o faça através de um instrumento legal —disse Marinho.

O senador e ex-ministro de Bolsonaro ironizou o fato ainda de essa, segundo ele, ter sido a primeira vez que o governo procurou a oposição.

—Saudamos a inciativa do governo conversar antes tarde do que nunca —disse Marinho.

Mais cedo, representantes do Executivo reconheceram durante conversa com o PSB uma falta de alinhamento entre o governo e sua base no Congresso, segundo parlamentares que participaram do encontro.

—O governo reconhece que deve ajudar e fazer um esforço—disse o líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE).

Segundo Carreras, há reclamações dos deputados sobre a demora na nomeação de cargos regionais — "uma cobrança geral", segundo ele, que é também líder do maior bloco partidário da Câmara.

A reunião foi realizada na vice-presidência da República, ocupada por Geraldo Alckmin do PSB, e é a primeira de uma série que o governo pretende realizar para tentar reacomodar a relação com a base.

O Globo apurou que o governo também abriu a torneira das emendas. Segundo parlamentares, a partir desta quarta-feira é possível fazer indicações para emendas do tipo RP2, discricionárias dos ministérios que herdaram parte da bolada do orçamento secreto.

Segundo fontes, os parlamentares poderão indicar para Saúde, Codevasf e Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) por meio das lideranças partidárias. A promessa do governo é a de liberar ao longo do ano R$ 6 bilhões dessa rubrica, além de restos a pagar de emendas do orçamento secreto, do ano passado ainda.

Em meio ao esforço de aproximação entre Palácio do Planalto e Congresso, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, se reúne nesta quarta, pelo segundo dia consecutivo, com a liderança do governo no Senado, ocupada pelo senador Jaques Wagner (PT-BA).

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