crise diplomática

Ministros de Lula vão a público defender falas do presidente sobre Israel

Presidente comparou os ataques do governo israelense na Faixa de Gaza com o Holocausto

Presidente LulaPresidente Lula - Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Ministros do governo Lula saíram em defesa do presidente após a fala em que o petista compara a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza com a perseguição da Alemanha nazista contra os judeus durante o Holocausto. Na Esplanada, nomes como Paulo Pimenta (Comunicação Social), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Silvio Almeida (Direitos Humanos), André Fufuca (Esporte) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) foram à público defender a declaração de Lula.

Em entrevista na Etiópia, Lula disse que situação semelhante à enfrentada pelos palestinos só ocorreu “quando (Adolf) Hitler resolveu matar os judeus”. A fala gerou uma onda de reações dentro e fora do Brasil e uma crise diplomática com Israel.

Nesta terça-feira, o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida usou as redes sociais para defender a fala do presidente. Almeida afirmou que “absolutamente nada, é mais importante do que interromper a escalada da violência e o ciclo de mortes” na Faixa de Gaza. Segundo ele, o presidente Lula não se manifestou contra o povo de Israel ou comunidade judaica.

“Pelo contrário: Lula se indigna contra a ação desproporcional e assassina de um governo que, inclusive, passa a ser questionado por outros membros da comunidade internacional, que se unem ao Brasil na exigência pelo cessar-fogo diante do Conselho de Segurança da ONU”, escreveu o ministro.

Após a fala de Lula, o presidente foi declarado como persona non grata em Israel, que cobrou um pedido de desculpas. Nesta terça, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz voltou a cobrar uma retratação de Lula e questionou: “É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez?”.

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, usou as redes sociais para responder diretamente ao chanceler israelense e o acusou de distribuir conteúdos falsos e atribuir a Lula "opiniões que jamais foram ditas por ele".

"Em nenhum momento o presidente fez críticas ao povo judeu, tampouco negou o holocausto. Lula condena o massacre da população civil de Gaza promovido pelo governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu, que já matou mais de 30 mil palestinos, entre eles, 10 mil crianças", escreveu Pimenta.

Por sua vez, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou a possibilidade de Lula vir a público se desculpar pela declaração.

— O presidente em sua própria fala deixa claro o posicionamento em relação a Netanyahu e a sua postura (de Lula) histórica enquanto presidente da República nesse momento de defesa da existência do Estado de Israel e a relação que ele sempre teve com a comunidade judaica no Brasil — disse o ministro em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira.

André Fufuca, que comanda a pasta de Esportes, foi outro ministro a defender Lula. Nas redes, ele escreveu que a fala de Lula é “corajosa, essencial e destaca a importância da paz e solidariedade entre as nações”. Segundo Fufuca, é “fundamental que a comunidade internacional não ignore o sofrimento do povo palestino, vítima de crimes que exigem punição.”

A ministra Sônia Guajajara (Povos Indígenas) foi na mesma linha e disse que a fala de Lula é " é corajosa e necessária".

“Já são mais de 20 mil mortos palestinos através de ataques promovidos por Israel. Que esse posicionamento incentive outros países a condenarem a desumanidade que estamos vendo dia após dia", completou Guajajara.

Enquanto isso, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, prestou apoio às preocupações do presidente Lula em relação ao conflito na Faixa de Gaza, "que vem cruelmente atingindo civis na Faixa de Gaza, vítimas do governo de extrema-direita de Israel", escreveu Teixeira em seu perfil na mesa rede social.

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