Justiça

Moraes afirma que há crescimento de "populismo de extrema-direita" em todo o mundo

Ministro do STF disse que 'milícias digitais' divulgam desinformação para atacar instituições democráticas

Alexandre de Moraes, ministro do STFAlexandre de Moraes, ministro do STF - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta quarta-feira (16), que há um crescimento de um populismo de extrema-direita em todo o mundo. De acordo com Moraes, esse movimento ataca a democracia por dentro, e não de forma direta, como em um golpe de Estado.

— O que nós estamos vendo já há pouco mais de uma década no mundo todo é um aumento dos ataques à democracia, com estratégias diversas do que ocorreu na década de 60, principalmente na América Latina. Estamos vendo um crescimento de um populismo baseado na ideologia de extrema-direita. Mas um populismo que, de forma, eu diria, inteligente, passou a atacar a democracia internamente — destacou o ministro.

A declaração ocorreu em um evento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — que Moraes preside — sobre o conceito de "democracia defensiva".

Para o ministro, existe uma atuação de "milícias digitais" que divulgam desinformação sobre as instituições democráticas. Moraes é relator de um inquérito do STF que trata justamente sobre a atuação de uma suposta milícia digital.

— É um populismo que verificou a incapacidade de um ataque externo à democracia, no sentido de romper formalmente com os ideais democráticos, e fez toda uma reconstrução, a partir da utilização basicamente das redes sociais, de milícias digitais, uma reconstrução estratégia para, com a desinformação, atacar as instituições democráticas e os mecanismos democráticos, por dentro, o que é extremamente perigoso.

O ministro afirmou que foi feita uma "lavagem cerebral" para desacreditar a democracia.

— A partir de toda uma construção feita com base em premissas falsas, a partir de uma forte construção nas redes sociais, houve uma verdadeira lavagem cerebral em grande parte da população para desacreditar instituições, para desacreditar a democracia.

Com isso, "salvadores da pátria populistas" se colocariam como a solução:

— Mas não com o discurso, e esse é o perigo, de acabar com a democracia. Mas sim com um discurso de que os instrumentos democráticos, principalmente as eleições, não só esse discurso no Brasil, mas em vários países do mundo, estariam sendo fraudados e se o mecanismo estaria sendo fraudado, o resultado, consequentemente, seria uma fraude, e a democracia estaria em risco. Consequentemente só aqueles salvadores da pátria populistas poderiam salvar a democracia.

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