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Moraes determina soltura de Mauro Cid, diz defesa

Antes de ser preso pela segunda vez, Cid foi intimado a ir ao Supremo prestar esclarecimentos sobre os áudios divulgados pela revista Veja

Mauro Cid na CPI do DF Mauro Cid na CPI do DF  - Foto: Reprodução/TV Câmara Distrital

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta sexta-feira (3) a soltura do tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da ajudância de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele estava preso desde o dia 22 de março após aparecer em áudios criticando a forma como a Polícia Federal conduziu a sua delação premiada.

Moraes ordenou a prisão de Cid sob o argumento de que os áudios provocaram embaraço às investigações e que ele não preservou o sigilo da sua colaboração ao falar sobre os depoimentos com um interlocutor. Investigado nos inquéritos da trama golpista, falsificação de carteira de vacinação e desvio de joias do acervo presidencial, o militar já havia passado quatro meses preso preventivamente em 2023 antes de optar pela colaboração.

Na última semana, a defesa pediu a revogação da prisão, dizendo que não houve obstrução de Justiça nem quebra de acordo. Os advogados Cesar Bittencourt e Jair Alves Pereir também argumentaram que a manutenção da detenção era desnecessária, uma vez que Cid tem residência fixa e compareceu à PF todas as vezes nas quais foi chamado.

Antes de ser preso pela segunda vez, Cid foi intimado a ir ao Supremo prestar esclarecimentos sobre os áudios divulgados pela revista Veja a um desembargador do gabinete de Moraes. E acabou saindo preso do Supremo.

Nas gravações, Mauro Cid diz que foi pressionado a falar sobre fatos que não teriam acontecido ou dos quais ele não teria conhecimento. Segundo Cid, a PF estava com "a narrativa pronta e não queria saber a verdade".

Em audiência no STF, Cid confirmou todo o teor da sua colaboração premiada, disse que não houve coação da parte da PF e que fez aquelas declarações como um "desabafo" e "uma forma de expressar".

"Nunca houve induzimento às respostas. Nenhum membro da Polícia Federal o coagiu a fala algo que não teria acontecido", explicou ele, segundo a transcrição da ata do depoimento.

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