Moraes deve enviar à PGR nos próximos dias relatório da PF que indicia Bolsonaro e mais 36
Com o relatório em mãos, Moraes agora fará uma avaliação do material e encaminhará ao procurador-geral da República, Paulo Gonet
Com a entrega do relatório que concluiu as investigações sobre uma tentativa de golpe de Estado, caberá ao ministro Alexandre de Moraes enviar à Procuradoria-Geral da República (PGR) — que avaliará se oferece ou não denúncia contra os 37 indiciados, como o ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento foi enviado à Corte nesta tarde pela Polícia Federal.
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Com o relatório em mãos, Moraes agora fará uma avaliação do material e encaminhará ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. O GLOBO apurou com interlocutores de Moraes que este envio deve ocorrer no início da próxima semana.
É apenas neste momento que Gonet passará a estudar o acervo de provas e elementos da investigação para, então, decidir se pede mais elementos, se oferece uma denúncia ou se pede o arquivamento da apuração.
Qualquer uma dessas escolhas de Gonet ainda terá que ser avalizada por Moraes.
Entre os indiciados pela PF pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa está o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Como mostrou O GLOBO, auxiliares do procurador-geral da República acreditam que é necessário examinar o que virá da Polícia Federal sobre a participação do ex-presidente nas tentativas golpistas, mas também a investigação sobre a falsificação de documentos de vacinação e sobre a venda de presentes recebidos por Bolsonaro – todas em fase de acréscimos a pedido da PGR.
A lógica por trás dessa análise conjunta por parte da PGR é fazer com que uma eventual denúncia ligue todos esses elementos, fortalecendo a argumentação de que o ex-presidente agiu de forma direta na ocorrência de um plano golpista e antidemocrático após as eleições de 2022.