Moraes manda PF apresentar conversas entre Marielle e delegado acusado de ser mandante do homicídio
Decisão atende pedido da defesa de Rivaldo Barbosa
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) apresente a transcrição das conversas no aplicativo WhatsApp entre o delegado Rivaldo Barbosa e a vereadora Marielle Franco (PSOL). A decisão atende a um pedido de Rivaldo, que é réu no STF na ação penal que apura quem são os mandantes do assassinato de Marielle.
Também deverão ser apresentadas as conversas de Rivaldo com o general Richard Nunes, que comandou a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro na época do crime, e com os Giniton Lages, Daniel Rosa e Brenno Carnevale — os dois primeiros atuaram na investigação do assassinato.
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Moraes ainda aceitou outra solicitação da defesa de Rivaldo, para que seja enviada ao STF uma investigação que tramita no Rio de Janeiro que também teria a participação do ex-policial Ronnie Lessa, que confessou ter matado Marielle.
Por outro lado, o ministro do STF rejeitou um pedido de compartilhamento da apuração sobre uma suposta estrutura paralela que foi montada dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O delegado Daniel Rosa teria sido alvo de monitoramento ilegal. Moraes considerou, contudo, que isso "não possui relevância para a apuração dos delitos objetos da Ação Penal".
A ação penal que investiga os mandantes do assassinato de Marielle está na fase final de tramitação do STF. No ano passado, foram ouvidos os depoimentos dos réus e das testemunhas. Agora, as partes podem pedir diligências complementares, como fez a defesa de Rivaldo. Após a conclusão dessa etapa, será aberto o prazo de alegações finais.