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CRACOLÂNDIA

Moraes quer que o prefeito Ricardo Nunes explique muro na Cracolândia

A Prefeitura de São Paulo alega que o muro foi construído para substituir tapumes que eram "quebrados com frequência"

Prefeitura de São Paulo ergue muro na "cracolândia" no centro velho da cidadePrefeitura de São Paulo ergue muro na "cracolândia" no centro velho da cidade - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 24 horas para o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), explicar o muro construído na Cracolândia, na região da Santa Ifigênia, no centro da capital.

A decisão de Moraes foi dada nesta quinta-feira, 16. A Prefeitura de São Paulo alega que o muro foi construído para substituir tapumes que eram "quebrados com frequência em partes pontiagudas, oferecendo risco de ferimentos às pessoas em situação de vulnerabilidade, moradores e pedestres, e prejudicando a circulação nas calçadas"

Parlamentares do PSOL pedem que a prefeitura seja multada e condenada a derrubar a construção. A deputada Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi assim a representação. Eles afirmam que a medida é "autoritária, segregacionista e ineficaz".

"Ao erigir um muro que isola e exclui socialmente as pessoas que vivem na Cracolândia, a municipalidade comete um ataque brutal e inconstitucional contra o conjunto dos direitos fundamentais consagrados pela Constituição Federal, negando a dignidade humana e violando princípios basilares de igualdade, liberdade e acesso a direitos essenciais", diz um trecho do ofício enviado ao STF.

O pedido foi apresentado em uma ação relatada por Moraes sobre a Política Nacional para a População em Situação de Rua. Antes de decidir, o ministro quer ouvir a prefeitura.

A Defensoria Pública de São Paulo emitiu um ofício em que recomenda a derrubada do muro e a retirada de gradis e de qualquer outra barreira física na região. O órgão argumenta que a estratégia já foi usada e que "não há qualquer comprovação de sua eficiência para atingir os objetivos declarados de melhor atender os usuários".

A Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo de Capital, braço do Ministério Público de São Paulo, também acompanha o caso.

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