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JULGAMENTO

Moro no TRE-PR: defesa de senador cita entrevistas de Zeca Dirceu e Valdemar Costa Neto

Gustavo Guedes citou políticos para respaldar inocência do senador, julgado nesta segunda-feira em ação que o investiga abuso de poder econômico

Sergio MoroSergio Moro - Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Durante o julgamento do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), o seu advogado de defesa, Gustavo Guedes, citou entrevistas de opositores políticos para respaldar a inocência de seu cliente. Durante a sustentação oral, Guedes usou declarações públicas do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e do deputado federal Zeca Dirceu (PT).

— O deputado Zeca Dirceu, do PT, deu uma entrevista agora no dia 28, dizendo: "O Moro só ganhou eleição no Paraná porque houve uma fragmentação muito grande. Um número muito grande de candidatos e mesmo com 33%, se a gente compara com outros senadores de outras épocas, é um percentual muito pequeno" (...) ou seja, cadê o abuso? — iniciou o advogado.

Em seguida, falou sobre o presidente do PL:

— Mas não foi só Zeca Dirceu que falou isso não. O Valdemar Costa Neto disse que Paulo Martins ligou para ele dizendo que iria perder a eleição porque a Globo estaria colocando uma pesquisa de trinta dias atrás em que Moro estava à frente dele. Bom, isso não tem nada a ver com Moro. Estão sendo evocadas razões políticas — finalizou.

O senador Sergio Moro é alvo de um processo de cassação movido por PT e PL, que chega ao TRE-PR nesta segunda-feira, podendo sofrer pedidos de vista. Caso a corte opte pela providência, a perda do mandato ainda precisaria ser referendada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo a ação, o senador teria driblado a legislação eleitoral durante a campanha de 2022. Os partidos alegam que Moro teria gasto R$ 6,7 milhões para chegar ao Congresso, quando o limite permitido por lei é de R$ 4,4 milhões. A suposta vantagem teria sido obtida por meio de dois movimentos: a desistência de concorrer à Presidência e a mudança partidária do Podemos para o União Brasil.

Em dezembro passado, o Ministério Público Federal se manifestou por sua cassação, sustentando que houve abuso de poder econômico. Nos bastidores, a vaga do ex-juiz já é disputada em uma espécie de pré-campanha eleitoral.

Caso o mandato seja perdido, um novo pleito será disputado. Entre os possíveis postulantes, despontam a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

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