Moro se reúne com candidatos à presidência do Senado e esconde voto: "São todos boas pessoas"
Senador pelo União Brasil disse que partido será independente mesmo com três ministros
Um dos principais nomes de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o senador eleito Sergio Moro (União-PR) elogiou os três candidatos à presidência do Senado, mas evitou revelar em quem irá votar para comandar a Casa. O ex-juiz da Lava Jato já se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Podemos-CE), os outros nomes na disputa.
– A gente tem uma conversa boa, uma boa relação com os três candidatos a presidente. Essa eleição é claro que é escolhida segundo as preferências, mas são todos boas pessoas – disse após sair de uma reunião da bancada do União Brasil no Senado. Questionado sobre quem irá votar, o senador eleito silenciou e entrou em seu gabinete.
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O União Brasil está dividido na disputa pelo comando do Senado. O líder do partido na Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), tenta garantir a maioria pró-Pacheco e conter os votos em Marinho. Perguntado sobre a divisão no partido, Moro disse que "não é representante" e que vai "ficar devendo a resposta".
– Isso está em definição. Estamos discutindo, mas eu não sou o líder da bancada para dar declaração aqui– afirmou sobre a posição do partido na disputa pelo Senado.
Moro também negou qualquer desconforto de estar filiado ao partido que indicou três ministros de Lula, todos negociados por Alcolumbre.
– Não falo pelo União, quem fala é o presidente do partido, já houve uma decisão no sentido da independência – disse.
O ex-juiz da Lava Jato foi o responsável pela decisão que prendeu Lula em 2018. O petista foi solto no final de 2019 após o Supremo Tribunal Federal (STF) mudar um entendimento sobre prisão em segunda instância. Moro afirmou que vai usar seu mandato para que haja prisão para condenados em segunda instância.
– É uma causa histórica que o Brasil precisa retomar, a prisão em segunda instância, de forma a reduzir a impunidade. Podemos apresentar (projeto) ou tentar botar em votação os projetos que já existem, que já foram aprovados, inclusive na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) a esse respeito e que não foram votados em plenário – declarou.