Motta diz confiar em "consenso da direita à esquerda" para ser eleito e prega "fim de radicalismos"
Esta é a primeira vez que o líder do Republicanos fala como candidato à sucessão de Lira; eles chegaram juntos ao evento
O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) falou pela primeira vez como candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, nesta segunda-feira. O parlamentar se definiu como representante de uma "candidatura de convergência", já defendida anteriormente por Lira, e disse ser contra radicalismos, além de pregar o diálogo entre Três Poderes.
— Nossa candidatura é a favor de Casa, queremos representar os desejos dos parlamentares. Precisamos sair de uma agendade radicalização, com diálogo entre os poderes. Tenho confiança de que conseguiremos construir uma candidatura de consenso, da extrema direita à extrema esquerda, para que tenhamos a Casa funcionando, com cada um defendendo as pautas que considerar mais importantes para o país — afirmou ao final de um evento realizado em São Paulo.
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Motta chegou ao local acompanhado de Lira, o que mostra o alinhamento entre os dois e explicita o apoio.
Lira aposta em isolamento de Elmar
A aliados, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse não acreditar na formação de um bloco governista para a sua sucessão na presidência da Casa. Em conversa com parlamentares próximos, Lira teria dito que a frente de partidos para a composição de uma "candidatura de convergência" já estaria montada.
Hoje, o alagoano apoia Hugo Motta para ocupar a sua cadeira a partir do ano que vem.
Lira disse não acreditar nas candidaturas de Elmar Nascimento (União) ou Antônio Brito (PSD), que poderiam ficar isolados. Durante as conversas, ele disse que "União e PSD, juntos, equivalem a uma coligação do PSOL com o NOVO".
O presidente da Casa tem demonstrado confiança de que tanto o PL, de Jair Bolsonaro, quanto o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiem Motta. O líder do PT na Câmara, Odair Cunha (PT), afirmou que a tendência é de apoio à candidatura que "mantenha o blocão" - o que hoje é representado por Motta.
— O PT está discutindo qual é a tese que nós vamos decidir: se nós vamos decidir pela permanência no Blocão, ou se vamos produzir um novo bloco aqui na Casa. Essa é a discussão central. E nessa tese de permanência, nós temos uma candidatura que significa a convergência dessas forças políticas, que é o Hugo Motta. Então esse é um debate que está posto e vamos aprofundar. Estamos em processo de consultas.