Política

Mourão critica embaixada da China por usar redes sociais para rebater Eduardo Bolsonaro

Mourão também disse que não caberia a ele comentar a postura do parlamentar

Vice-presidente, MourãoVice-presidente, Mourão - Foto: Flickr/Palácio do Planalto

O vice-presidente Hamilton Mourão criticou nesta sexta-feira (27) a embaixada da China por ter usado as redes sociais para rebater as falas do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), argumentando que "diplomaticamente está errado" e que troca de acusações nas redes pode virar um "carnaval".

Mourão também disse que não caberia a ele comentar a postura do parlamentar, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No entanto, afirmou que, por ter apagado a postagem em que acusava o governo chinês de espionagem, provavelmente recebeu alguma recomendação do governo.

"É a segunda vez que o embaixador chinês reage dessa forma. Dentro das convenções da diplomacia, o camarada se sentindo incomodado com qualquer coisa que tenha acontecido no país, ele escreve uma carta para o ministro das Relações Exteriores e vai ao Itamaraty e apresenta as suas ponderações, não via redes social ou então vira um carnaval", completou.

Mourão foi em seguida questionado se a Presidência da República deu alguma orientação ao filho do presidente para reduzir o tom das críticas, para evitar escalar a crise. "Acho que o deputado, quando postou e depois apagou, acho que ele deve ter recebido alguma recomendação para retirar aquilo."

O incidente envolvendo o filho do presidente e a representação diplomática chinesa no Brasil teve início na segunda-feira, após uma publicação nas redes sociais de Eduardo Bolsonaro, sem nenhuma mediação pelo Itamaraty, como defende Mourão.

O deputado, presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, escreveu em suas redes sociais que o Brasil iria se aliar aos Estados Unidos para manter a segurança da tecnologia 5G – cujo leilão no Brasil deve ser no início do ano – "sem espionagem da China".

"Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China", completou o deputado. No dia seguinte, o parlamentar apagou a postagem. Ainda assim, a embaixada chinesa no Brasil respondeu e sugeriu a Eduardo e a outros críticos do país asiático abandonar a retórica "da extrema direita norte-americana" para evitar "consequências negativas".

"Tais declarações infundadas não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados", afirmou a representação diplomática.

O Itamaraty depois repreendeu a embaixada da China pelas críticas contra o filho do presidente e disse, em ofício, que a resposta da missão diplomática ao parlamentar traz conteúdo "ofensivo e desrespeitoso". "Não é apropriado aos agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil tratarem dos assuntos da relação Brasil-China através das redes sociais", afirmou o Ministério das Relações Exteriores, em carta enviada aos representantes do governo chinês no Brasil na quarta-feira (25). "Os canais diplomáticos estão abertos e devem ser utilizados."

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