Mourão nega ter incitado militares a reagir com ruptura institucional à operação da PF
Na véspera, senador afirmou que país vive situação de 'não normalidade' e que Forças Armadas precisavam dar uma resposta
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro, negou nesta sexta-feira (9) ter incitado militares a reagir com uma 'ruptura institucional' à ação da Polícia Federal (PF).
Na quinta-feira, mesmo dia da operação contra Jair Bolsonaro e auxiliares, ele afirmou que o Brasil vive uma situação de "não normalidade" e que as Forças Armadas precisariam reagir ao que chamou de "arbítrios" e processos ilegais conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal.
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O discurso ganhou repercussão nas redes sociais e no noticiário. O PSOL também anunciou que iria ao Conselho de Ética do Senado pedir a cassação do mandato do parlamentar. Da tribuna do Senado, Mourão foi enfático:
— No caso das Forças Armadas, os seus comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais que atingem seus integrantes ao largo da Justiça Militar. Existem oficiais da ativa sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais generais. Não há o que justifique a omissão da Justiça Militar — disse o senador, em plenário.
A nota divulgada nesta sexta-feira afirma que o senador é legalista.
“Mourão destacou que o País vive uma situação de não normalidade, mas que, mesmo neste cenário, é preciso '...afastar claramente qualquer postura que seja radical, de ruptura, mas temos que repudiar os fatos que estão ocorrendo...'; Quando afirmou que 'os comandantes não podem se omitir perante a condução arbitrária de processos ilegais', não incitou, e nem se referiu, a nenhum tipo de ruptura institucional ou golpe”, diz a nota.
Mourão aproveitou para dizer que há a intenção de adversários de 'difamar ' a oposição.
“Quaisquer alegações e insinuações relacionadas às palavras proferidas pelo senador Hamilton Mourão no discurso de ontem (08/02) são totalmente descabidas e fazem parte do jogo político e das narrativas daqueles que tentam, a qualquer custo, difamar a oposição”, diz o texto.