MP abre investigação contra ministra do Turismo a pedido de Deltan Dallagnol
Daniela do Waguinho teria contratado, durante a campanha, serviços no valor de mais de R$ 1 milhão de duas gráficas que não existem
O uso de serviços de gráficas que não funcionariam nos endereços declarados à Receita Federal pela campanha da Daniela do Waguinho (União Brasil), hoje ministra do Turismo, será investigado pela 2ª Promotoria Penal de Duque de Caxias (RJ).
Daniela foi a deputada federal mais votada em 2022 no estado do Rio de Janeiro. Dos 213.706 votos conquistados por ela, mais da metade foram do município de Belford Roxo (RJ), onde o marido, Waguinho, é prefeito. Ele também é presidente estadual do União Brasil.
Sob segredo de Justiça, a ação foi aberta na última sexta-feira (3), após notícia-crime do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). O ex-procurador da Lava Jato se baseou em reportagem publicada em janeiro pelo portal Metrópoles, que encontrou um coworking e um frigorífico nos locais registrados pelas duas empresas contratadas.
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As duas gráficas sob suspeita receberam mais de R$ 1 milhão da campanha de Daniela. A assessoria de imprensa da ministra esclareceu, em nota, que "acredita na Justiça e que os fatos serão esclarecidos com a maior brevidade possível".
“O agora deputado federal Deltan Dallagnol parece ter importado o mesmo modus operandi questionável de sua atuação no Ministério Público ao tentar atribuir culpa a inocentes com base apenas em hipóteses", criticou Daniela.
Dallagnol considerou "graves" as denúncias envolvendo a ministra. De acordo com o Metrópoles, no coworking onde funcionaria a Rubra Editora, a reportagem foi informada que o endereço recebia apenas correspondências e encomendas.
No frigorífico, local indicado para a Printing Mídia, vizinhos negaram que uma gráfica tenha funcionado no endereço. O portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) demonstra a contratação de cerca de R$ 561 mil da Rubra Editora e R$ 530 mil da Printing Mídia.