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BELO HORIZONTE

MP denuncia Kalil novamente por supostamente ter chantageado empresa nas eleições de 2022

Ex-prefeito de Belo Horizonte foi acusado de corrupção passiva por supostamente ter coagido empresa contratada pelo município a fazer pesquisa eleitoral na pré-campanha

Alexandre KalilAlexandre Kalil - Foto: Prefeitura de Belo Horizonte/Divulgação

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil por supostamente ter chantageado a empresa Perfil 252 Comunicação, contratada pela prefeitura a custear uma pesquisa de opinião para sua pré-campanha de 2022, quando concorreu ao governo do estado.

Esta é a segunda vez que a instituição denuncia o prefeito por este tema, agora por corrupção passiva. Em outubro deste ano, ele se tornou réu por improbidade administrativa.

Segundo o MP-MG, os episódios se deram em fevereiro de 2021, quando o ex-prefeito teria exigido o custeio da pesquisa para que o contrato entre sua gestão e a empresa fosse renovado. De acordo com a denúncia, a empresa realizava serviços de publicidade para a prefeitura de Belo Horizonte desde 2014. Em 2020, teria firmado um novo contrato de R$ 46 milhões, que poderia ser prorrogado.

Para isso, Kalil teria pressionado a empresa a custear uma pesquisa eleitoral, inicialmente no valor de R$ 69,3 mil, mas que foi reduzido para R$ 60 mil. Este montante teria sido pago por Cacá Moreno em duas parcelas em março de 2021.

O pagamento teria ocorrido após os secretários de Kalil pressionarem o empresário, afirmando que seu contrato de publicidade com a prefeitura não seria renovado caso não custeasse o levantamento. A denúncia traz áudios e mensagens que demonstrariam esta moeda de troca. Por fim, o contrato de publicidade foi renovado por R$ 46 milhões em 2021 com uma extensão adicional por três meses, em 2023, por R$ 11,5 milhões.

Improbidade administrativa
Desde que se tornou réu por improbidade administrativa, Kalil sempre negou as denúncias. Em nota enviada ao Globo em outubro, ele disse que o processo só existia porque ele negou o acordo de não persecução penal. Sua assessoria afirmou que a resposta segue valendo.

"Como já disse em outras ocasiões, quem tem medo de investigação é bandido. Graças a Deus, não é o meu caso. Já reviraram minha vida e nunca encontraram nada. Esse contrato de publicidade que falam é da época da gestão anterior à minha e ele não sofreu reajuste quando fui prefeito", afirmou.

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