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Brasil

MP denuncia Marçal por insinuar que pai de deputada teria morrido enquanto ela fazia intercâmbio

Fala ocorreu no período de pré-campanha das eleições à prefeitura de São Paulo; Tabata Amaral relatou que estava no Brasil no momento do suicídio

Pablo Marçal (à esquerda) e Tabata Amaral (à direita)Pablo Marçal (à esquerda) e Tabata Amaral (à direita) - Foto: Reprodução/SBT News

O Ministério Público Eleitoral denunciou, nesta segunda-feira (14), o empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB) pelo crime de difamação contra a deputada federal Tabata Amaral (PSB) quando os dois concorriam à prefeitura de São Paulo, no ano passado.

A promotoria da 1ª Zona Eleitoral do Estado entendeu que o candidato feriu o Código Eleitoral ao insinuar em entrevista que a adversária teria contribuído para a morte do pai ao fazer um intercâmbio aos 18 anos.

— Eu também tive um pai que foi alcoólatra, mas a família ajudou ele e ele deixou o alcoolismo. O pai dela, ela foi para Harvard e o pai dela acabou morrendo. Igual imagino o que ela pode fazer com o povo de São Paulo — disse Marçal em podcast ao vivo transmitido pela revista IstoÉ, no dia 4 de julho, ainda no período de pré-campanha, quando ambos ainda não tinham sido oficializados pelos seus partidos.

A parlamentar depois foi às redes sociais para explicar que estava no Brasil quando o pai cometeu suicídio e chamou o ex-coach de "sujeitinho":

— No fim, ele estava sofrendo demais. Na mesma semana em que fui aceita em Harvard (universidade nos Estados Unidos), ele cometeu suicídio. Foi o momento mais difícil da minha vida. Mas eu estava aqui quando ele morreu, não estava fora. Então, essa baixaria do Pablo Marçal sequer faz sentido — rebateu Tabata.

"Com tais palavras, Pablo ofendeu a honra objetiva de Tabata, com o indisfarçável propósito de convencer um número indeterminado de pessoas de que ela não preza sequer pelo próprio pai, razão pela qual, se eleita prefeita, não iria zelar pela população de São Paulo", escreveu o promotor Cleber Rogério Masson ao pedir a condenação do candidato, que está inelegível por conta de outro processo em primeira instância e apresentou recurso.

O MP menciona a repercussão do vídeo, com mais de 850 mil visualizações no YouTube, para sustentar que a imputação pode ter determinado condições para Marçal angariar "votos que poderiam ser a ela destinados".

A denúncia será analisada pela Justiça Eleitoral, e uma eventual condenação deve reverter no pagamento de indenização a ser fixada pelo magistrado. A promotoria abriu mão de sugerir valores.

A investigação ocorreu a partir de uma representação apresentada por Tabata ainda em setembro de 2024. O GLOBO procurou as equipes de Pablo Marçal e Tabata Amaral, mas nenhuma delas enviou posicionamento até o final da tarde.

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