CPI da Covid

MPF arquiva acusação de falso testemunho contra Fábio Wajngarten por depoimento à CPI da Covid

Ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, ele deixou o cargo em março do ano passado

À mesa, ex-secretário especial de Comunicação Social da presidência, Fabio WajngartenÀ mesa, ex-secretário especial de Comunicação Social da presidência, Fabio Wajngarten - Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

O Ministério Público Federal em Brasília arquivou uma investigação por falso testemunho movida pela CPI da Covid contra o ex-secretário de Comunicação do governo federal Fábio Wajngarten, sob acusação de que ele havia mentido em seu depoimento à comissão.

Durante seu depoimento em maio do ano passado, Wajngarten negou conhecer uma campanha publicitária publicada em uma conta oficial da Secom no Twitter que conclamava a população a seguir com suas atividades normais nas ruas, enquanto governadores e prefeitos tentavam restringir a circulação de pessoas por causa do aumento dos casos da Covid-19.

Diante disso, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou:

— Está aqui uma postagem da Secom sobre a campanha "O Brasil não pode parar". O senhor (Wajngarten), mais uma vez, mente — disse Renan, acrescentando: — Vou pedir a prisão de Vossa Senhoria.

O caso havia sido enviado para investigação da Polícia Federal. Em seu relatório, a PF apontou que o ex-secretário tinha sido ouvido na condição de investigado e, por isso, não tinha obrigação de falar a verdade no depoimento.

O MPF concordou com a manifestação. "Ante o exposto, o Ministério Público Federal reconsidera a requisição de instauração de inquérito policial e promove o arquivamento da presente notícia de fato", escreveu o procurador Cláudio Drewes José de Siqueira.

Ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, ele deixou o cargo em março do ano passado. Recentemente, entretanto, voltou a se aproximar do presidente para atuar em sua campanha à reeleição.

"Nós sempre acreditamos que, quando fosse feita uma imparcial e jurídica análise dos fatos, iriam reconhecer a inexistência de crime, e isso foi correta e felizmente declarado, e o expediente arquivado. Inclusive, no dia do depoimento à CPI, eu ponderei que aquelas ameaças de prisão por eventual falso testemunho não tinham respaldo e qualquer cabimento", disse, em nota, o advogado Daniel Bialski.

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