Múcio: 'Desde 1º de janeiro não há uma declaração de um militar em um jornal'
Ministro da Defesa diz que proposta para barrar militares deve ser aprovada 'sem problemas
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que o projeto para barrar militares da ativa na política teve a assinatura de todos os comandantes militares e deve ser aprovado "sem problemas".
"Tenho a impressão de que (o projeto para barrar os militares da ativa na política) vai ser aprovado sem problemas, pois é uma coisa boa para a política e para os militares", afirmou o ministro durante um evento promovido pelo grupo empresarial Lide, do ex-governador João Doria.
Múcio deixou claro que trata-se de um tema já "pacificado".
"Desde 1º de janeiro não há uma declaração de um militar em um jornal do Brasil. Se gostou, se não gostou. Pode achar o que quiser. Agora, tem que seguir a regra da carreira militar — afirmou ele, que ainda acrescentou", "O problema é o militar ir para a política, tentar se candidatar, não se eleger e depois voltar para as Forças Armadas. Aí ele volta fazendo proselitismo político, criando grupo de WhatsApp, juntando grupos dentro dos quartéis. Os pilares básicos das Forças Armadas, que são a disciplina e a hierarquia, voltam completamente maculados e anulados", declarou ele.
Leia também
• Mucio diz ter despolitizado Forças Armadas: "Atividade político-partidária anda longe dos quartéis"
• Bolsonaro diz à PF que mantinha "conversas esporádicas" com militar investigado
• Produção de caças Gripen fortalece indústria nacional, diz José Múcio
Questionado sobre quando o texto será encaminhado para o Congresso, o ministro evitou cravar datas. Disse apenas que falta definir quem apresentará o texto e como:
"Parece que uma deputada apresentou uma lei parecida na legislatura passada", disse ele. "Mas está andando superbem, foi uma coisa consensual, teve a assinatura de todos os comandantes militares, de maneira que nós não nos preocupamos com isso, estamos apenas procurando ver quem vai apresentar e a forma que vai", concluiu.
O ministro afirmou que a pasta trabalha para que o tema não seja discutido junto com os debates sobre o artigo 142 da Constituição, usado por bolsonaristas para pregar uma intervenção militar. Como mostrou o Globo no início do ano, uma ala do PT debate alterações no texto para evitar interpretações equivocadas.