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Polícia Federal

Mudança no Ministério da Justiça deve preservar comando da Polícia Federal

Embora a corporação esteja subordinada ao ministério, o atual diretor-geral, Andrei Rodrigues, foi uma escolha pessoal de Lula

Andrei Augusto, diretor-geral da Polícia FederalAndrei Augusto, diretor-geral da Polícia Federal - Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolvidos nas dicussões sobre a sucessão de Flavio Dino no Ministério da Justiça afirmam que, independente do nome que vier a ser escolhido, um cargo na estrutura da pasta não será trocado: o comando da Polícia Federal.

Embora a corporação esteja subordinada ao ministério, o atual diretor-geral, Andrei Rodrigues, foi uma escolha pessoal do petista.

Rodrigues foi alçado ao posto máximo da PF após comandar a operação de segurança de Lula durante a campanha eleitoral de 2022. Ele já havia chefiado a equipe que cuidou de Dilma Rousseff na disputa de 2010.

Com a ameaça de segurança aos presidenciáveis em 2022 devido a polarização da disputa e as ameaças de violência, Rodrigues montou um amplo esquema de segurança. Solicitou uma equipe robusta de policiais e usou drones, esquadrão antibombas e atiradores de elite em eventos públicos com maior exposição do então candidato. Nenhum episódio de violência contra Lula foi registrado durante a campanha.

Ministros que acompanham o dia a dia do Planalto veem o presidente familiarizado com Rodrigues. O chefe da PF também tem a confiança da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja. Desde a posse, ela manteve apenas policiais federais na sua segurança pessoal, enquanto Lula tem uma equipe mista, com policiais federais e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Esses auxiliares argumentam ainda que uma troca na PF a essa altura seria improvável porque também provocaria um efeito cascata, com substituições em diretorias e superintendências estaduais — a maioria delas já alteradas no início do ano, após Lula assumir.

Rodrigues também agrada a Lula por ter um discurso alinhado ao Planalto, em defesa da democracia, e ter atuado de forma rigorosa no 8 de janeiro. Além disso, tem direcionado esforços da instituição para pautas caras ao PT como meio ambiente e combate ao garimpo ilegal.

Um exemplo da proximidade na relação de confiança que Rodrigues conquistou com Lula é o fato de o diretor-geral ter acompanhado o presidente em pelo menos oito viagens internacionais ao longo do ano, incluindo Argentina, Japão, China e Emirados Árabes.

Os nomes cotados para assumir o posto de Dino também já demonstraram simpatia pelo trabalho de Rodrigues e entendimento de que ele ocupa um cargo de Lula.

Um dos favoritos ao posto, o ex-ministro do STF, Ricardo Lewandowski considera Rodrigues discreto, técnico e competente. Pessoas que conhecem Lewandowski também afirmam que o ex-ministro vê a PF como uma instituição que requer certa autonomia em relação ao Ministério da Justiça. Como mostrou O Globo, o ex-ministro indicou que gostaria de escolher pessoas da sua confiança para sua equipe do MJ, na hipótese de ser convidado por Lula. A PF, no entanto, é vista com algum grau de independência da pasta.

O entorno do Secretário de Assuntos Jurídicos (SAJ), Wellington Lima e Silva, nome defendido pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner, para o MJ, também considera Rodrigues uma boa liderança para instituição e não vê chances de mudança.

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