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ELEIÇÕES 2022

Na aliança de Lula, PSB, Solidariedade e PSOL enfrentam PT em disputas estaduais

Apesar da união no plano nacional, legendas devem trilhar caminhos opostos em parte dos estados na eleição de outubro

Lula em acampamento indígena Terra LivreLula em acampamento indígena Terra Livre - Foto: reprodução/vídeo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançará sua pré-candidatura à Presidência no dia 7 de maio com apoio da federação formada por PT, PCdoB e PV; da federação composta por Rede e PSOL; do PSB e do Solidariedade. Mas, apesar da união no plano nacional, as legendas devem trilhar caminhos opostos em parte dos estados na eleição de outubro.

Entre os partidos que se alinharam ao PT na corrida pelo Palácio do Planalto, há divergências de interpretação sobre divisões estaduais. Algumas siglas encaram o cenário como natural, mas o PSB, principal aliado ao qual caberá indicar o vice da chapa (o ex-governador e ex-tucano Geraldo Alckmin), queixa-se da posição petista em relação às disputas para governador.

— É muito ruim para a campanha nacional. Se o PT colocasse como o centro da questão a eleição de Lula e não a disputa com o seu principal aliado à esquerda seria bem mais proveitoso — afirma o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira — Mas, se o PT não quiser, vai ser assim e nós vamos em frente.

Os cenários ainda não estão totalmente definidos. Até o momento, o PSB conta com a adesão do PT a seus candidatos em três estados: Maranhão, Pernambuco e Rio. Tem definido ainda o apoio a candidatos petistas em quatro: Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte e Piauí.
 

Os dois partidos ainda discutem possibilidades de alianças em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo. Nos dois primeiros estados há impasses, e a união fica a cada dia mais distante.

É certo que os dois partidos estarão em campos opostos em alguns estados. No Paraná, o PSB apoiará a reeleição de Ratinho Júnior (PSD), enquanto o PT lançará o ex-senador Roberto Requião, que se filiou recentemente ao partido. Em Santa Catarina, o PSB vai lançar o senador Dário Berger, que entrou na sigla junto com Alckmin, e o PT tem a pré-candidatura do ex-prefeito de Blumenau Décio Lima.

O Solidariedade apoiará em São Paulo e no Rio os atuais governadores Rodrigo Garcia (PSDB) e Cláudio Castro (PL). No primeiro, o PT tem Fernando Haddad e, no segundo, formará aliança com Marcelo Freixo (PSB). O partido ameaçou rever a decisão de apoiar Lula após o seu presidente, o deputado Paulinho da Força (SP), ser vaiado em encontro do petista com sindicalistas na semana passada. O deputado, no entanto, entrou em acordo com Lula dias depois.

O Solidariedade terá sete candidatos próprios, incluindo Pernambuco. Lá, o partido decidiu lançar a ex-petista Marília Arraes, que sonha contar com Lula em seu palanque. No estado, porém, o PT apoiará Danilo Cabral (PSB).

O PSOL, que formará uma federação com a Rede, deve estar junto do PT em São Paulo, com Haddad, e no Rio, na aliança em torno de Freixo. Também estão sendo negociadas adesões a candidatos petistas em Santa Catarina e em Sergipe. Nas outras 23 unidades da federação, a tendência é que os partidos se enfrentem.

— O PSOL discute a possibilidade de uma aliança nacional com Lula e demais partidos de oposição a Bolsonaro. Mas essa unidade não deve se refletir automaticamente nos estados. Vamos respeitar as dinâmicas locais, estimulando o diálogo onde for possível, mas sem atropelar nossos diretórios estaduais — afirma Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL.

Por conta da federação, PV e PCdoB serão obrigados a estar junto ao PT em todos os estados.

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