Na Avenida Paulista, manifestantes pedem a reeleição de Bolsonaro e o impeachment de ministro do STF
Com cinco quadras da Paulista ocupadas, presidente participa por vídeo e manifestantes pró-Bolsonaro dizem ver 'ditadura do STF', pedindo impeachment de Alexandre de Morares e liberdade para Roberto Jefferson
O ato de apoio a Jair Bolsonaro, realizado neste domingo na Avenida Paulista, em São Paulo, com a participação de lideranças evangélicas, dos ex-ministros Marcos Pontes e Ricardo Salles, teve a participação do presidente por meio de um vídeo. Nele, Bolsonaro afirmou que a manifestação era pacífica e em "defesa da Constituição, da família e da liberdade". Também disse ser chefe de um governo que "acredita em Deus, respeita seus militares, defende a família e deve lealdade a seu povo".
"Eu irei onde vocês estiverem. Estarei sempre ao lado da população brasileira. Agradeço ao criador pela minha vida e a vocês por terem me ofertado essa missão de conduzir o destino do Brasil, porque o bem sempre vence o mal", disse.
Faltando meia hora para o início do evento, nas imediações do Museu de Arte de São Paulo (Masp), três quarteirões da avenida Paulista já estavam tomados pelos manifestantes. Quando o vídeo foi passado, havia aumentado para cinco,
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Três carros de som visíveis desde o parque Trianon revezaram discursos de apoiadores do presidente, entre eles deputados candidatos à reeleição, como Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL) e Carla Zambelli (PL), além de ex-congressistas e o ex-presidedente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.
Entre cartazes e palavras de ordem proferidas, os pedidos mais repetidos eram os de liberdade para o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) e pelo impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. Muitos cartazes, alguns inclusive em inglês, condenam o que acreditam ser a existência de "presos políticos" conservadores e de uma "ditadura do Judiciário".
O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataque à democracia e incitação de violência contra juízes da Corte, e depois indultado por Bolsonaro, é aguardado e deverá subir ao palanque às 17h.
Filha de Roberto Jefferson, a ex-deputada Cristiane Brasil, cantou parte do hino nacional e anunciou a articulação de uma "apuração paralela" para as próximas eleições, alimentando o discurso de desconfiança em relação ao TSE e às urnas eletrônicas, temas comuns a vários pronunciamentos de apoiadores do presidente que tomaram o microfone no carro de som principal da manifestação, em frente ao MASP.