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Na contramão de Bolsonaro, 80% dos apoiadores que foram à Copacabana defendem impeachment de Lula

Pesquisa da USP também aponta que 59% dos presidentes consideram o STF o maior 'inimigo dos conservadores'

Presidente Lula Presidente Lula  - Foto: Joédson Alves/ Agência Brasil

A maioria dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que participaram da manifestação realizada ontem na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, declarou ser favorável ao impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Bolsonaro, por sua vez, tem evitado se posicionar diretamente sobre o tema, concentrando seus discursos em outras pautas, como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.

Uma pesquisa conduzida pelo "Monitor do Debate Político", do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto, da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a ONG More in Common, revelou que 80% dos entrevistados defendem o impeachment de Lula.

Além disso, 59% dos manifestantes identificaram o Supremo Tribunal Federal (STF) como o principal inimigo dos conservadores, superando a esquerda (16%) e o próprio presidente Lula (9%). Para 90% dos entrevistados, os supostos excessos do Judiciário caracterizam o atual cenário como uma ditadura.

Os manifestantes também demonstraram apoio a Bolsonaro diante das acusações contra ele. Segundo a pesquisa, 92% dos entrevistados não consideram a proposta de Estado de Sítio uma tentativa de golpe, que segundo a Procuradoria-Geral da República constava na minuta golpista.

No próximo dia 25 de março, o STF decidirá se Bolsonaro virará réu. Em relação a este possível julgamento do ex-presidente, 95% afirmaram não acreditar que será justo.

O levantamento foi realizado com 495 entrevistas entre 9h30 e 13h, ao longo de toda a faixa da Praia de Copacabana ocupada pelos manifestantes. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

Tarcísio lidera preferências para 2026
Caso Bolsonaro permaneça inelegível e não possa disputar as eleições de 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desponta como o favorito entre os manifestantes, com 42% das preferências.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 21%, seguida pelos filhos do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (16%) e Flávio Bolsonaro (6%). Outros nomes da direita tiveram menor adesão: o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi citado por 2%, enquanto o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), recebeu apenas 1% das menções.

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