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Na Europa, Lula defende regulamentação da internet e tributação de plataformas digitais

Em entrevista durante viagem pela Bélgica petista criticou ainda o presidente Bolsonaro: 'conta cinco mentiras por dia'

Ex-presidente concedeu entrevista ao grupo S&DEx-presidente concedeu entrevista ao grupo S&D - Foto: Reprodução

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que é preciso regulamentar a internet, criticou a "manipulação de algoritmos" por parte das redes sociais, que segundo ele representa uma ameaça à democracia, e defendeu a tributação de plataformas digitais. As declarações foram dadas em entrevista ao grupo S&D, em Bruxelas, durante sua viagem pela Europa.
 

"Nós vamos ter que regulamentar as redes sociais. Vamos ter regulamentar a internet, colocar um parâmetro" disse o petista.

Lula criticou a circulação de fake news e conteúdos nocivos em redes sociais, que teriam favorecido a ascensão de políticos de extrema direita como Donald Trump e Jair Bolsonaro. Ele afirmou que o presidente brasileiro "conta cinco metiras por dia através das redes sociais" e defendeu que os donos dos aplicativos devam ser responsabilizados por usos das tecnologias que promovam prejuízo a sociedade.
 

"Não quero ser teleguiado, quero decidir o que eu faço, o que eu compro, o que eu voto. E por isso precisamos regulamentar. Pra que alguns espertos e maldosos não tentem virar donos da humanidade através da manipulação de algoritmos" afirmou. 

No Brasil, atualmente está em análise na Câmara dos Deputados um substitutivo ao projeto de lei das fake news, aprovado no Senado, de autoria do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP). O texto prevê criar mecanismos de responsabilidade e transparência na internet. Entre alguns pontos do relatório estão a proibição de disparos de mensagens em massa em aplicativos, regras para perfis de agentes públicos nas redes, e a tipificação de crime para quem disseminar conteúdos nocivos.

"Hoje, por exemplo, os donos dos aplicativos no mundo inteiro não pagam nem impostos, estão quase todos em paraísos fiscais. Ganham uma fortuna e não pagam sequem imposto em nenhum estado" declarou na entrevista.

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