Argentina

'Não fecha enquanto eu estiver lá', diz futuro presidente do Banco Central da Argentina

Santiago Bausili evitou afirmar que acabará com a emissão monetária e disse que a taxa oficial do dólar não está em um 'nível de equilíbrio'

Presidente eleito do partido La Libertad Avanza, Javier MileiPresidente eleito do partido La Libertad Avanza, Javier Milei - Foto: Juan Mabromata/AFP

“Enquanto eu estiver lá, o Banco Central (BCRA) não fecha”, declarou Santiago Bausili, que assumirá a presidência da instituição.

O economista da equipe de Luis Caputo , futuro ministro da Economia, evitou afirmar que encerrará a emissão de dinheiro durante sua gestão como chefe do órgão responsável pela política monetária da Argentina.

Bausili garantiu que trabalhará na “ reconstrução da independência do Banco Central ” e explicou o que entende por independência da autoridade monetária:

— A independência do Banco Central ocorre quando o BCRA não financia o Tesouro [da Nação]. Temos uma situação em que o BCRA já financiou o Tesouro

Ele afirmou que deve implementar uma política oposta à que estava sendo feita pelo antigo governo. O fechamento do BCRA foi uma das promessas de Javier Milei ao longo da campanha.

O futuro presidente do BCRA disse não saber se haverá anúncios econômicos importantes na segunda-feira, um dia após a posse do novo presidente.

— Não sei se haverá anúncios . Porque as autoridades demoram a entrar, a sair, a assumir funções — afirmou o economista que substituirá Miguel Ángel Pesce , que esteve à frente do BCRA durante os quatro anos do governo de Alberto Fernández .

Bausili, formado na Universidade de San Andrés, foi um pouco mais categórico em relação ao preço atual do dólar oficial.

— 350 não é um preço de nível de equilíbrio — afirmou durante entrevista ao canal IP Noticias , mas evitando dizer qual deveria ser o valor que considera ser o ideal.

Quem é Santiago Bausili
O futuro presidente do BCRA é um homem de confiança de Caputo. Ele o substituiu no Ministério da Fazenda quando Caputo foi nomeado pelo então presidente Mauricio Macri para o mesmo cargo que Bausili ocupará desde domingo: a presidência do BCRA.

Anteriormente, também no governo Macri, foi Subsecretário de Finanças, sob a órbita de Caputo.

Depois da derrota de Macri na eleição em 2019, Bausili fundou a Bunker, uma empresa de consultoria de investimentos nos Estados Unidos.

Posteriormente, juntou-se novamente a Caputo para fundar a consultoria Anker, junto com Marín Vauthier, Felipe Berón e Federico Furiase . A Anker foi dissolvida em 30 de novembro, após a confirmação da entrada de seus fundadores no novo governo.

O próximo chefe do BCRA tem atuação no setor financeiro. Trabalhou por 11 anos no banco JP Morgan e se tornou vice-presidente, conforme consta em seu perfil no Linkedin. Além disso, foi responsável pela área de mercado de capitais e derivativos da Argentina, Chile e Peru.

Depois, mudou-se para o Deutsche Bank, onde foi responsável pelo controle da dívida soberana de vários países sul-americanos, incluindo a Argentina. Após deixar o banco alemão, ingressou no serviço público com Macri, onde não ficou isento de problemas jurídicos.

Bausili foi processado por "negociações incompatíveis com a função pública" em um caso em que estava sendo investigado por seu suposto interesse em processos nos quais o Deutsche Bank era o ofertante, com a intenção de beneficiar a entidade onde trabalhou.

Sua acusação foi cassada pela Câmara Federal na terça-feira, quando ele já aparecia como um nome forte para ser o próximo chefe do BCRA.

No caso, sua defesa ficou a cargo de Matías Cúneo Libarona, irmão e sócio de Mariano Cúneo Libarona , que será Ministro da Justiça no governo Milei.

— Penso que esta questão já ficou clara nos tribunais — limitou-se a responder, durante a entrevista ao IP Noticias .

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