''Não li essa declaração'', diz Haddad após ser chamado de fraco por Kassab
Secretário do governo de Tarcísio de Freitas, Kassab disse ainda que se a eleição presidencial fosse hoje, Lula perderia a disputa
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que não havia lido a declaração em que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, o chamou de fraco. Mais cedo, em um evento com investidores em São Paulo, Kassab afirmou que Haddad não consegue se impor no governo.
O dirigente disse ainda que ter um ministro da Fazenda "fraco" é ruim para a economia de um país.
— Hoje a gente vê dificuldade do ministro (Fernando) Haddad de comandar. Ele externaliza convicções e projetos, que acabam não se tornando realidade porque ele não consegue se impor no governo. Um ministro da economia fraco não é um bom indicativo — afirmou Kassab pela manhã.
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À tarde, Haddad foi questionado sobre a crítica de Kassab enquanto apresentava à imprensa uma proposta de reformulação do crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada.
— Não li essa declaração, não tomei conhecimento — disse Haddad.
Secretário do governo de Tarcísio de Freitas, Kassab disse ainda que se a eleição presidencial fosse hoje, Lula perderia a disputa. O dirigente, que nos bastidores reivindica mais espaço para o PSD no governo, afirmou que Lula tem perdido espaço até mesmo em redutos eleitorais como o Nordeste.
— Hoje (a reeleição) não é fácil. Em quase 23 anos, desde que Lula se elegeu, o PT nunca teve uma queda (de popularidade) no Nordeste. Se fosse hoje, ele estaria na campanha, mas não na posição de favorito, mas sim de derrotado. Mas Lula sempre é um candidato forte — disse Kassab em painel da Latin America Investment Conference, evento realizado pelo UBS e UBS/BB.
A crítica foi feita na semana em que a pesquisa Quaest mostra recuo da aprovação ao governo Lula (PT) em cinco pontos, de 52% para 47%. Pela primeira vez, a aprovação ficou atrás do percentual dos que reprovam a atual gestão. Segundo o levantamento, 49% agora dizem desaprovar a atuação do presidente, dois pontos a mais do que o índice dos que aprovam.
A pesquisa também mostra redução da aprovação de Lula no Nordeste. O levantamento aponta que 60% dos nordestinos aprovam a gestão na região. Em dezembro de 2024, eram 67%.