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RIO DE JANEIRO

"Não pode ficar impune", diz ex-assessora de Monteiro, denunciado por assédio e importunação sexual

O parlamentar foi indiciado pela Polícia Civil no inquérito da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jacarepaguá

Gabriel MonteiroGabriel Monteiro - Foto: Divulgação / CMRJ

"Eu fico feliz de saber que a Justiça está sendo feita e não vejo a hora de acabar com isso logo. É um desgaste emocional muito grande e queria que tivesse sido diferente. Uma pessoa como ele não pode ficar impune".

É o que disse a ex-assessora Luiza Caroline Bezerra Batista, de 26 anos, que denunciou o vereador Gabriel Monteiro (PL), na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, por assédio sexual.

Por conta disso, o parlamentar foi indiciado pela Polícia Civil e no último dia 14 de junho denunciado pelo Ministério Público do Rio por assédio sexual e importunação sexual. A reportagem procurou a assessoria de imprensa do parlamentar e aguarda um posicionamento.

Na manhã desta sexta-feira, a ex-funcionária do parlamentar conversou com O Globo e ficou surpresa com o indiciamento.

-- Eu não estava sabendo ainda não ao ser questionada, e prosseguiu: Mas, eu fico feliz de saber que a Justiça está sendo feita e não vejo a hora de acabar com isso logo. É um desgaste emocional muito grande e queria que tivesse sido diferente. Que bom que ele foi denunciado. Uma pessoa como ele não pode ficar impune. É uma vitória essa denúncia. Graças a Deus. Nos dá esperança no judiciário, que a justiça está sendo feita. Eu vou processa-lo. Quero prosseguir finalizou a publicitária.

O parlamentar era alvo da investigação que apurava assédio sexual contra Luiza, e importunação sexual contra outros funcionários, entre eles Heitor Monteiro de Nazaré Neto, 21, e Mateus Souza de Oliveira, 21. Esse é mais um revés para Monteiro, que passa por um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara Municipal dos Vereadores do Rio.

Luiza trabalhava para os canais do vereador na internet e afirma que algumas situações inconvenientes estão registradas nos vídeos em que ela ajudava a gravar.

Em março, o 'Fantástico', da TV Globo, mostrou que funcionários e ex-funcionários do parlamentar o acusam de assédio sexual e moral. Uma jovem que teve relacionamento consensual com Monteiro o acusa de estupro. Segundo ela, no meio da relação, o ato evoluiu para um abuso sexual, porque ela diz que pediu para que ele parasse, o que não aconteceu. Ele tem negado todas as denúncias.

"Ele me abraçava assim por trás (e dizia), 'te amo' e não sei o que, 'você é minha amiga'. Beijava o meu rosto, saía de pênis ereto e ia mostrar para o segurança", relatou a mulher ao Fantástico. E ela completou: "Uma vez, foi no carro que ele começou pedindo para fazer massagem no meu pé. Puxou meu pé e fez massagem. Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber", disse a ex-assessora, que completou:

"Dá pra ver (nos vídeos) que ele chegava a passar (a mão). Eu falava: 'Gabriel, não gosto de gravar esses vídeos, você sabe. E toda vez ele ficava descendo a mão'. Cansou de passar a mão na minha bunda. E eu segurando a mão dele".

Após sete meses de trabalho para o vereador, Luiza Caroline acabou procurando um psiquiatra e entrando com um atestado médico.

"Eu queria tirar minha própria vida, porque eu me sentia culpada. Será que estou usando alguma roupa que está causando isso? Será que a culpa é minha de alguma forma? Aí eu começava a pedir a deus para me levar".

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