"Não posso entregar o governo a quem não é do meu grupo", diz Castro após Pampolha se candidatar
Em entrevista ao Globo, governador do Rio afirmou que qualquer negociação de cargos deve ocorrer entre o vice-governador e seu escolhido, Rodrigo Bacellar (União) e validada, posteriormente, por ele
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), reagiu nesta sexta-feira ao anúncio de seu vice, Thiago Pampolha (MDB), como candidato à sucessão.
Em entrevista ao Globo, Castro reiterou seu apoio ao presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), e afirmou que sua escolha não é um "demérito" ao vice-governador.
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— Ele não faz parte do meu grupo para que eu o apoie como governador. Preciso viabilizar meu candidato, que é o Rodrigo Bacellar. Não se trata de um demérito ao Thiago, nem de falta de capacidade, mas meu grupo político não pode entregar de bandeja a cadeira a alguém que não faz parte dele — disse o governador antes do evento "Caminhos do Brasil", promovido pelo Globo, Valor Econômico e rádio CBN.
Castro ressaltou que não está “falando mal” de seu vice, mas lembrou que Pampolha, ao trocar de partido, se afastou de seu grupo e passou a construir um projeto próprio.
No início de 2024, Pampolha deixou o União Brasil e comunicou a decisão ao governador na véspera da mudança.
Ele havia sido escolhido vice justamente por integrar a legenda, em um acordo partidário.
O governador também manteve a possibilidade de não concorrer às eleições de 2026 caso Pampolha continue se colocando como candidato.
Para disputar um cargo no Legislativo, Castro precisaria deixar o governo até março, abrindo espaço para seu vice assumir o mandato.
— Se não houver entendimento, entre os dois que são os candidatos, vai me caber ficar na cadeira até o final e não ser candidato a nada.
Questionado sobre possíveis negociações para dissuadir Pampolha da candidatura, como uma indicação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) ou o retorno à Secretaria de Meio Ambiente, Castro disse que qualquer acordo deve ser conduzido entre Pampolha e Bacellar, e só depois submetido a ele.
— Os dois candidatos tem que tratar entre eles e vir me perguntar "você aceita essa negociação?". Aí eu digo se aceito ou não. Minha posição é muito cômoda — inicia, e complementa — Hoje, não tem nenhuma negociação que tenha chegado até mim. Eles devem estar conversando.
Na última quarta-feira, em entrevista à newsletter "Jogo Político", de Thiago Prado, Pampolha reforçou que não abrirá mão da candidatura e manifestou discordâncias em relação à gestão estadual.
— Minha candidatura não será de oposição. Será de posição, de atitude e posicionamento firme. Todos sabem que não participo das decisões do governo, e, portanto, não responderei por nenhuma delas, a não ser na área ambiental no tempo em que estive à frente da pasta. Eu não tenho um tutor.