"Não sei a opinião dele sobre a ditadura militar até hoje", diz Haddad sobre Tarcísio
Ministro da Fazenda participou de evento da Galapagos Capital com a Arko Advice, nesta sexta, em São Paulo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) durante evento da Galapagos Capital com a Arko Advice, nesta sexta, em São Paulo.
O ministro mencionou uma fala do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), no mesmo evento, que disse que o “Brasil está preso em uma agenda que não vai levar a lugar nenhum”.
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— Para mim, esse debate é relevante. Talvez para Tarcísio não seja relevante, ser democrático ou não ser democrático, até porque eu não sei qual a opinião dele sobre a ditadura militar até hoje — disse Haddad.
Nesta semana, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente e sete aliados réus por uma suposta tentativa de golpe que teria ocorrido em 2022.
— Eu acredito que (Tarcísio) deva ser favorável pela formação e pela proximidade dele com o Bolsonaro. Para mim, que sou professor de ciência política, a coisa mais relevante do mundo é a liberdade. A ditadura é uma coisa muito séria, é muito grave você não saber se vai chegar em casa pelo que você pensa, pelas ideias que você defende, pela forma como você quer participar da vida política nacional — completou o ministro.
Logo após o STF tornar Bolsonaro réu, Tarcísio tinha ido às redes sociais defender o ex-presidente.
"Jair Bolsonaro é a principal liderança política do Brasil, e assim seguirá. Sabemos que esse não é o primeiro e não será o último desafio a ser enfrentado, mas sabemos também que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada. Estou certo de que Bolsonaro conduzirá esse processo com a coragem que sempre motivou todos ao seu redor. Siga contando comigo e com os milhões de brasileiros que estão ao seu lado", escreveu o governador paulista.
No evento, Haddad afirmou ainda que a demanda expressiva pelo novo empréstimo consignado privado — que alcançou R$ 1,28 bilhão apenas nos primeiros sete dias de funcionamento — é puxada pelos trabalhadores que querem transferir suas dívidas, em busca de taxas menores.
— Nós estamos num período agora de troca de dívida. Obviamente que o trabalhador que não tem dívida pode também buscar o seu consignado. Se ele quiser fazer uma compra, vai ter uma taxa razoável. Isso também vai acontecer. Mas, neste momento, tem uma demanda muito expressiva por troca de dívida — disse o ministro.