"Não sou comentarista das falas do presidente da República", diz Boulos sobre fala de Lula
Pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo evitou opinar sobre declaração do titular do Planalto, mas condenou que vidas sejam "exterminadas" sem nenhum tipo de crítica
Pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos evitou dar sua opinião sobre a fala do presidente Lula comparando os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. Em entrevista à BandNews nesta segunda-feira, o líder sem-teto disse que não é "comentarista" das falas do titular do Planalto, seu principal cabo eleitoral na eleição municipal.
"Eu não sou comentarista das falas do presidente da República. Ele teve 60 milhões de votos para estar onde ele está. Eu não sou candidato a prefeito de Tel Aviv. Sou candidato a prefeito de São Paulo, eu quero discutir os temas da cidade de São Paulo" declarou o deputado federal, dizendo que "não faz o menor sentido" trazer essa discussão para a campanha eleitoral na capital paulista.
Leia também
• Governo avalia convocar embaixador de Israel no Brasil após país declarar Lula persona non grata
• Amorim diz que é um "absurdo" Israel considerar Lula persona non grata
• Israel declara Lula "persona non grata" após fala do presidente sobre Holocausto nazista
Apesar de se recusar a comentar diretamente a fala de Lula, que gerou uma crise diplomática entre Brasil e Israel, Boulos elogiou o posicionamento do Itamaraty de condenar tanto o Hamas quanto os "ataques desmedidos" feitos pelo exército de Israel sob o comando de Benjamin Netanyahu.
O parlamentar ainda questionou a postura de quem criticou Lula, mas até agora não condenou os ataques à Faixa de Gaza:
"De muitas delas eu não ouvi uma só palavra condenando ataque a crianças, uma só palavra condenando bombardeios indiscriminados em Gaza. Não podemos ter dupla moralidade. Quando se trata de vida, sobretudo. A vida de uma criança israelense vale tanto quanto a vida de uma criança palestina, tanto quanto a vida de uma criança brasileira. Nós não podemos dizer que algumas vidas podem ser exterminadas sem nenhum tipo de questionamento, de crítica."