Não vou decretar lockdown e meu Exército não vai obrigar o povo a ficar em casa, diz Bolsonaro
Presidente insiste em críticas a governadores por medidas restritivas
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta segunda-feira (8) que não usará o que chamou de "meu Exército" para executar lockdowns ou outras medidas restritivas pelo país para frear o avanço da Covid-19.
"Vou só dar um recado aqui: alguns querem que eu decrete lockdown. Não vou decretar. E pode ter certeza de uma coisa: o meu Exército não vai para a rua para obrigar o povo a ficar em casa. O meu Exército, que é o Exército de vocês. Então, fiquem tranquilos no tocante a isso daí", disse Bolsonaro ao interagir com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.
“ Não vou decretar lockdown “
— Tsuki - 2021 Energiza (@Fa1ryNight) March 8, 2021
“ Meu exército que é o exército de vocês não vai pra rua para obrigar o povo a ficar em casa”
Que papo será esse ?
Estão querendo usar o exército para coagir os cidadãos que só querem trabalhar ? pic.twitter.com/Q7b4Pvr6t9
A conversa foi registrada e divulgada por um canal simpático ao presidente.
Bolsonaro tem feito reiterados ataques a medidas restritivas e aos governadores, que, por sua vez, têm aumentado a pressão sobre o presidente diante da ineficiência do governo federal no combate à pandemia.
Leia também
• Bolsonaro vai se filiar ao Partido da Mulher Brasileira
• Compra de mansão de R$ 6 mi por Flávio tem perguntas sem respostas
• Negócios de Bolsonaro têm semelhanças com os de Flávio
"Parece que está voltando a onda, o lockdown. Se coloque no lugar do chefe de família que não tem o que levar para casa", disse Bolsonaro aos apoiadores.
Mais cedo, em suas redes sociais, o presidente publicou um vídeo em que um homem é abordado e discute com policiais militares que o abordaram para que cumprisse decreto de restrição de circulação em um município que não é identificado na postagem.
Aos apoiadores, Bolsonaro também ironizou manifesto de religiosos e intelectuais que assinam a "carta aberta à humanidade" denunciando ao mundo o que se passa no Brasil.
"O Brasil é uma câmara de gás a céu aberto. É preciso que grupos, instituições e entidades se manifestem pela vida, contra um genocídio que atinge nosso povo", disse o padre Júlio Lancellotti, 72, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, um dos que subscrevem o texto.
"Tem um grupo da elite brasileira, de esquerda, me denunciando na ONU, Tribunal Penal Internacional, como genocida, dizendo que o Brasil é uma câmara de gás. Um total desrespeito para com os judeus. Não sabem o que que é isso. Agora, eu pergunto: quem é que obrigou o pessoal a ficar em casa, destruiu milhões de empregos?", disse Bolsonaro.