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No aniversário do golpe de 64, Bolsonaro critica decisão do Congresso que revogou ato da ditadura

Capitão reformado do Exército, Bolsonaro é um apologista da ditadura militar brasileira e defendeu o regime em diversas ocasiões

Bolsonaro era deputado federal quando o Congresso anulou a sessão de 1964 e foi voz isolada nas críticas ao atoBolsonaro era deputado federal quando o Congresso anulou a sessão de 1964 e foi voz isolada nas críticas ao ato - Foto: Evaristo Sá/AFP

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou, na noite desta quarta-feira (31), uma decisão do Congresso Nacional tomada em 2013 que anulou a sessão legislativa que declarou vaga a Presidência da República em 1964 – ato que viabilizou a instauração da ditadura militar no Brasil.

Em uma postagem nas redes sociais, o presidente publicou uma foto de sua juventude, quando estava na ativa do Exército, e escreveu que em 2013 o Congresso Nacional anulou a sessão realizada em abril de 1964 que declarou vaga a Presidência da República, então ocupada por João Goulart.

À época do golpe, o gesto do Legislativo permitiu o reconhecimento do governo militar que vigorou até 1985.

"Não discuto a História, mas verdadeiros democratas não apagam fotos ou fatos. Deus abençoe o Brasil e guarde nossa liberdade", publicou Bolsonaro em suas redes.



Capitão reformado do Exército, Bolsonaro é um apologista da ditadura militar brasileira e defendeu o regime em diversas ocasiões.

O comentário do presidente ocorre no aniversário do golpe militar e em meio a à turbulência causada pelo mandatário com a demissão do ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

Bolsonaro cobrava mais engajamento das Forças Armadas na defesa do governo e a resistência do ex-ministro em atender o presidente terminou com sua demissão. Como consequência, os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica também caíram.

Ao assinar na terça-feira (30) a ordem do dia alusiva ao golpe de 1964, o novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, afirmou que o episódio que inaugurou a ditadura militar brasileira é "parte da trajetória histórica" do país.
"O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março", escreveu o general no documento.

No comunicado do ano passado, o agora ex-ministro da Defesa disse que "o movimento de 1964 é um marco para a democracia brasileira".

A sessão do Congresso de 2013 foi realizada para retirar qualquer "ar de legalidade" do golpe militar. Isso porque o ato do Legislativo em 1964 declarou vaga a Presidência apesar de João Goulart estar à época em solo brasileiro, em Porto Alegre.

Bolsonaro era deputado federal quando o Congresso anulou a sessão de 1964 e foi voz isolada nas críticas ao ato. Ele disse à época que estavam querendo "tocar fogo" no Diário do Congresso Nacional.

"Querem apagar um fato histórico de modo infantil. Isso é mais do que stalinismo, quando se apagavam fotografias, querem apagar o Diário do Congresso", disse o então deputado na ocasião.

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