No Ceará, Transnordestina é realidade. Saiba o motivo
De geração de empregos são previstos até 1.300 postos de trabalhos diretos e mais que o dobro de forma indireta nas cidades da construção.
Enquanto em Pernambuco a Ferrovia Transnordestina virou letra morta, no Ceará o projeto anda de vento em popa. Ontem, a empresa Marquise Infraestrutura assumiu mais dois trechos em território cearense. A empresa, além de estar em fase de conclusão dos lotes 1, 2 e 3, agora será responsável pelos trechos dos municípios de Acopiara a Piquet Carneiro e de Piquet Carneiro a Quixeramobim, totalizando 102 km.
A continuidade da construção é possível devido à garantia de recursos para a contratação e a ordem de serviço dos lotes 4 e 5, que serão executados de forma simultânea. O início dos trabalhos é previsto até março e a conclusão, segundo a Marquise, em menos de dois anos. O valor do contrato não foi revelado.
De geração de empregos são previstos até 1.300 postos de trabalhos diretos e mais que o dobro de forma indireta nas cidades da construção. “É o tipo de obra que nos deixa muito entusiasmados. Estamos escrevendo mais um capítulo importante na história do Ceará, Estado onde o Grupo Marquise iniciou suas atividades. Uma obra robusta, que vai dinamizar a economia do Ceará e do Nordeste numa época em que o prenúncio de seca representa risco real de desemprego e falta de oportunidades”, disse Renan Carvalho, diretor da Marquise Infraestrutura.
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) esteve em Brasília em uma reunião com o Governo Federal para viabilizar o financiamento e concluir as obras da Transnordestina. O valor requerido por Elmano é para a construção da ferrovia que liga o município Eliseu Martins (PI) ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CE). Assim, ele espera que o número de cargas movimentadas no Porto do Pecém seja dobrado.
No fim de outubro, a Sudene aprovou a parcela de R$ 811 milhões do financiamento da Transnordestina Logística (TLSA). Esta liberação era a última parcela referente ao aporte passado da construção. Mas, para finalizar de fato, mais recursos serão necessários, conforme afirmou a Sudene à época. Novos valores já estão sendo estruturados pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Casa Civil e pela própria Superintendência.
Por meio de nota, o órgão informou que já havia pago R$ 3 bilhões em valores não atualizados à empresa da Transnordestina, via Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). Porém, o montante de participação da Sudene na ferrovia por meio do fundo chega a R$ 3,8 bilhões.
O próximo passo, conforme a TLSA, é contratar as obras iniciais de estruturas de três novos lotes, ligando Acopiara a Quixadá, um trecho de 151 km de ferrovia. Segundo a empresa, no Ceará há 136 km totalmente executados e outros 100 km em obras de infraestrutura (lotes MVP02 e MVP03, entre Lavras da Mangabeira e Acopiara).
A Ferrovia Transnordestina é a maior obra linear em execução no Brasil. Com 1.209 km de extensão em linha principal, a ferrovia de classe mundial passa por 53 municípios, partindo de Eliseu Martins, no Piauí, em direção ao porto do Pecém, no Ceará. O projeto realiza o antigo sonho de integração nacional, além de incentivar a produção local e promover novos negócios.