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POLÊMICA

No Chile, Lula cobra transparência de Maduro e ouve indireta de Boric

Lula e Boric são de esquerda, mas reagiram de maneira diferente à crise venezuelana

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita oficial ao Chile, com o presidente do país, Gabriel Boric, no Palácio de La Moneda, em SantiagoO presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita oficial ao Chile, com o presidente do país, Gabriel Boric, no Palácio de La Moneda, em Santiago - Foto: Ricardo Stuckert/PR

No primeiro dia de agenda oficial em Santiago, o presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, debateu nesta segunda-feira, 5, com seu colega chileno, Gabriel Boric, a reação conflitante de seus governos à eleição presidencial na Venezuela.

Em declaração posterior à reunião, Lula cobrou novamente a divulgação dos resultados eleitorais, pediu diálogo e "respeito" à soberania da Venezuela.

"O respeito pela tolerância e o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição", afirmou Lula, durante pronunciamento no Palácio La Moneda.

Lula e Boric são de esquerda, mas reagiram de maneira diferente à crise venezuelana. Ontem, diante de Lula, o chileno deixou seu recado.

Ele afirmou contar com Lula para "construir uma esquerda e um progressismo democrático que respeite e faça respeitar os direitos humanos em qualquer lugar".

Articulação
O presidente brasileiro relatou ter informado ao chileno, durante reunião privada, detalhes da articulação que vem fazendo com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador.

A tentativa é convencer o regime de Maduro a publicar os comprovantes da votação.

Petro e López Obrador também são de esquerda e aderiram à aposta brasileira na diplomacia com Caracas. A ideia do Itamaraty era incluir Boric, mas ele ficou de fora do grupo porque o Chile perdeu interlocução com a ditadura ao contestar a vitória de Maduro, que expulsou de Caracas o corpo diplomático chileno.

Divergências
Outra discordância entre os principais líderes regionais é sobre a forma de certificação dos resultados das urnas. A verificação dos votos coloca Lula e López Obrador, de um lado, defendendo que a recontagem seja feita em um formato a ser acordado pelas forças políticas internas na Venezuela, desde que permita um escrutínio imparcial.

Do outro lado, Boric e Petro defendem uma checagem realizada por observadores internacionais, a única forma de garantir uma apuração independente.

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