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Nos EUA, Bolsonaro defende presos no dia 8 de janeiro: "Chefes de família"

Em evento na Flórida, ex-presidente afirmou que golpistas não estavam armados: "um canivete sequer"

Bolsonaro em evento na FlóridaBolsonaro em evento na Flórida - Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta segunda-feira, os presos durante os atos terroristas que culminaram na depredação da sede dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro. Em evento nos Estados Unidos, o antigo chefe do Executivo se referiu aos vândalos como "chefes de família" e afirmou que haviam sido presos não tinham "um canivete sequer. No entanto, as forças policiais — militares, civis e federais — apreenderam uma série de munições, como machadinhas, facas, canivetes, facões, estilingues, gás lacrimogênio e explosivos.

Nós temos agora, vai completar dois meses, 900 pessoas presas, tratadas como terroristas. Que não foi encontrado, quando foram presos, um canivete sequer com elas. E estão presas. São chefes de família, senhoras, mães, avós, afirmou o ex-presidente no SA Summit 2023, que ocorreu no estado da Flórida.

Em seguida, Jair Bolsonaro comparou os atos antidemocráticos com a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Na ocasião, apoiadores de Donald Trump depredaram o local por também não aceitarem a derrota nas urnas. De acordo com Bolsonaro, os trumpistas responderam o processo em liberdade. No entanto, cerca de 950 pessoas foram presas nos Estados Unidos.

No Brasil, não. Não tem formal de culpa, não tem testemunha. As pessoas, a grande maioria, sequer estavam na Praça dos Três Poderes naquele fatídico domingo, que nós não concordamos com o que aconteceu lá, afirmou.

Em sua agenda internacional, Bolsonaro encontrará Donald Trump nos próximos dias. Os dois ex-presidentes são esperados em um evento da Conferência da Ação Conservadora, que ocorre entre os dias 1º e 4 de março, em Washington.

O papel de Bolsonaro em incitação a atos golpitas
A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro foi incluído no rol de investigados no inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes que apura a autoria intelectual dos atos do dia 8 de janeiro. A motivação do pedido foi o fato de Bolsonaro ter compartilhado um vídeo, dois dias após a invasão aos Poderes, sugerindo fraude na vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com ataques ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex-presidente pode ser enquadrado por incitação pública à prática de crime, já que o vídeo em questão repete suspeitas infundadas levantadas por Bolsonaro antes, durante e depois o processo eleitoral, e que também teriam motivado os manifestantes golpistas na invasão em Brasília.

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