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PREEITO DE SÃO PAULO

Nunes adianta que irá trabalhar para vetar apoio de MDB a Lula em 2026

Prefeito da capital paulista falou ainda em entrevista ao Estadão que esperava que sentiu falta de uma conversa de Simone Tebet em 2022

Nunes adianta que irá trabalhar para vetar apoio de MDB a Lula em 2026Nunes adianta que irá trabalhar para vetar apoio de MDB a Lula em 2026 - Foto: Nelson Almeid/AFP

O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), adiantou que irá trabalhar internamente no MDB para que a legenda não apoie o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma eventual candidatura à presidência em 2026.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele disse ainda que já conversou com o prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), sobre o movimento, mesmo com o partido ocupando três ministérios no governo petista. Ele ainda revelou ter

— Não tem o menor sentido, aqui em São Paulo, eu defender o apoio à reeleição do presidente Lula ou do PT, porque eles agiram de uma forma muito contundente contra a minha candidatura. É natural e óbvio que eu vou defender quem me apoiou. Quem me apoiou foi o Tarcísio, o presidente Bolsonaro. Em retribuição, é óbvio que eu vou fazer isso, porque eu sempre fui uma pessoa de ter, no meu histórico de vida, a coerência. (....) É muito cedo. Eu vou fazer o meu trabalho para não ir (com Lula em 2026) — afirmou o gestor municipal.

Questionado ainda se ligaria para o presidente após sua vitória nas urnas no último domingo, Nunes foi enfático na negativa:

— Quem ganhou a eleição fui eu, quem tem que ligar para mim é ele. Não (ligou). Nem ele, nem o derrotado (Guilherme Boulos) — contou Nunes.

O prefeito falou ainda sobre o momento em que sua companheira de partido Simone Tebet (MDB), após se candidatar à presidência em 2022, optou por apoiar Lula no segundo turno da eleição. Ele contou que não se incomodou com a posição, mas que sentiu falta de uma conversa.

— Eu não fiquei incomodado. Só achei que ela poderia ter me consultado. Aqui foi o local que ela mais teve voto. Por coerência. Ela era candidata do meu partido, eu fiz campanha para ela, ela teve muito mais votos aqui do que na terra dela. Na hora de declarar apoio, ela poderia pelo menos conversado (comigo). Porque durante o processo da pré-campanha e da campanha, ela me procurou muitas vezes e a gente conversou bastante. Não que eu fosse influenciar, mas só por uma questão de consideração — pontuou Nunes.

Nunes também garantiu que não ficou chateado com a pouca participação de Bolsonaro em suas agendas de campanha e disse que acompanhava as atividades dele pelas redes sociais. Segundo ele, se o ex-presidente e estivesse na praia andando de jet ski, ficaria chateado, mas como só o via viajando em campanha, entendeu a ausência.

— Nós ganhamos a eleição e o Bolsonaro deu sua contribuição. No início quando ele trouxe o PL para nos apoiar e fez a indicação de coronel Mello foi super importante porque a gente fez com que o centro e a direita estivessem unidos contra a extrema esquerda. Aí depois acabou tendo que viajar muito para os municípios. Agora se falasse ‘espera um pouquinho, o presidente está andando de jet ski lá em Ilhabela. Aí eu ia ficar chateado. Espera um pouquinho, estou aqui me matando e ele andando de jet ski? Eu ficava entrando na rede social dele. Ele estava lá fazendo uma carreata, uma caminhada, comício, então ele estava trabalhando nesse aspecto em outros municípios. Não tenho o que reclamar do presidente Bolsonaro. Só tenho a agradecer pela sua participação no processo eleitoral — disse.

Na entrevista, ele também ironizou apoiadores de Bolsonaro, como Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira, que optaram por apoiar seu concorrente Pablo Marçal (PRTB) na disputa na capital paulista:

— Às vezes tinha alguma situação em que um deputado mais rebelde eu falava ‘presidente, segura esse cara aí’, está falando besteira. Muita gente flertando ali com o... (Pablo Marçal). ‘Dá uma segurada aí no Nikolas’. Acabou que o Nikolas não conseguiu ajudar nem o (candidato) prefeito da cidade dele. Perdeu. O (Gustavo) Gayer lá não elegeu nem o prefeito da cidade dele, perdeu também. Acabou tendo muita opinião de gente que era de Minas, de Goiás, para interferir na campanha de São Paulo e que sequer conseguiu reeleger os prefeitos das suas cidades. Aqueles que quiseram colocar as asinhas para fora querendo fazer barulho acho que o resultado da eleição deu uma boa lição.

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