CENTRÃO

O poder de Arthur Lira sobre o Governo Lula. Entenda

O presidente Lula entregou a Caixa ao Centrão e o banco agora será comandado por um aliado de Lira, o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes.

Lira: pressão sobre Lula surtiu efeitoLira: pressão sobre Lula surtiu efeito - Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Após anunciar a demissão de Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ratificou o que todos já sabiam: o poder que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), tem sobre o Governo Federal. Lula entregou a Caixa ao Centrão e o banco agora será comandado por um aliado de Lira, o economista Carlos Antônio Vieira Fernandes.

No último mês, Lira desafiou a resistência de Lula em entregar o banco e declarou que a Caixa fazia parte de um acordo político. Em outras palavras, o Centrão só ajudaria o governo se tivesse o controle do banco. O presidente ter cedido às “investidas” do parlamentar só confirma o poder incomum que o Centrão pode exercer no Governo Lula – que criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ser refém desse grupo por diversas vezes – diga-se de passagem.

Além de ter cedido ao Centrão, a retirada das duas mulheres do primeiro escalão: Ana Moser, do ministério dos Esportes, e agora Rita Serrano, é ruim para o governo Lula e para a imagem do próprio presidente, que fez acenos enfáticos ao eleitorado feminino durante a campanha eleitoral e agora não consegue sustentar o que foi prometido antes da eleição.

Segundo especialistas, a Caixa, sob o comando de Arthur Lira, passa a ficar novamente vulnerável à privatização. A coordenadora do Sindibancários do Espírito Santo, Rita Lima, disse, em entrevista, que é muito importante que o movimento sindical, as associações representativas e os empregados e as empregadas da Caixa se mantenham mobilizados em defesa da instituição.

Após a entrega da Caixa de “porteira fechada” ao Centrão, o Governo espera algum conforto nas votações do Congresso daqui por diante, ao menos até a próxima ameaça.

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