'Onde Flávia Arruda está errando? Desconheço', diz Bolsonaro sobre queixa da base
A ministra da Secretaria de Governo vem sendo criticada por parlamentares governistas por supostamente não cumprir acordos
Em meio ao desgaste da base do governo Bolsonaro na Câmara com a ministra da secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), o presidente negou nesta quarta-feira que ela esteja "errando". A declaração foi dada numa entrevista coletiva após sua alta do hospital Vila Nova Star, onde Jair Bolsonaro estava internado desde a segunda-feira para tratar uma obstrução intestinal.
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Partidos da base governista estão insatisfeitos com Arruda. Embora integrante do PL e ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento, Arruda prometeu e não cumpriu compromissos nos últimos meses, segundo relataram duas lideranças do grupo à colunista Malu Gaspar.
Bolsonaro afirmou que indicou Arruda por sua competência, e que em seu governo "ninguém pede a cabeça de ministro, como acontecia no passado. Em seguida, criticou o ex-presidente Lula por estar, segundo ele, negociando cargos do governo federal para fechar alianças para sua candidatura ao Planalto.
— A indicação da Flávia Arruda foi minha. Por que eu a indiquei? Não é por ser mulher, por nada. É pela competência dela. Agora, onde a Flávia Arruda está errando? Desconheço. Se por ventura estiver errando, como acontece, né, eu chamo e converso com ela. Ela não será demitida jamais pela imprensa — afirmou Bolsonaro.
Hugo Motta, líder do Republicanos na Câmara, afirmou ao GLOBO que em sua bancada "não tem um deputado satisfeito" com a articulação de Arruda. Segundo ele, o grupo quer "um ministro que cumpra acordos".
Motta afirma que o governo passou meses prometendo resolver pedidos de parlamentares para nomeações nos estados e não entregou. Na reta final do ano, uma promessa não cumprida para liberar cerca de R$ 600 milhões para projetos patrocinados por parlamentares nos estados entornou o caldo.
A verba seria enviada via investimentos voluntários do Ministério da Agricultura, mas o ano acabou e o dinheiro não foi empenhado (o que significa que nem a primeira fase do gasto público foi cumprida). Em outras palavras, a dívida não será paga.
A aliados, Flávia Arruda tem dito que a culpa é do Ministério da Economia, que deveria ter feito uma portaria liberando a verba, mas não fez. Um assessor de Paulo Guedes afirma, porém, que esse pedido nunca existiu.