Jogos de azar

'Onde não acontecem jogos no Brasil? Temos o jogo do bicho há uma vida', defende Lira

Para o presidente da Câmara, há demagogia ou interesse por trás de quem não quer o debate

Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) - Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Defensor da legalização dos jogos no Brasil, o presidente da Câmara, Arthur Lira, disse nesta terça-feira (22) que eles já estão presentes na vida do brasileiro e que é demagogia não querer debater. Ele afirmou que o assunto pode estar na pauta da Câmara nesta terça ou na quarta (23), e que é possível que o tema seja votado.

Apesar do apoio de Lira, há resistências ao projeto. O presidente Jair Bolsonaro, de quem Lira é aliado, já prometeu vetar as mudanças, caso elas sejam aprovadas no Congresso. Também há resistência dentro da bancada evangélica.

"Onde não acontecem jogos no Brasil? Temos o jogo do bicho há uma vida. Os cassinos, em São Paulo deve ter mais de 300. Temos jogos online", disse Lira em evento organizado pelo banco BTG Pactual, acrescentando: "Ao redor de todos os campos de futebol, há propaganda. O brasileiro com cartão de crédito joga, e o imposto fica no Reino Unido".

Ele também afirmou que as regras do setor serão duras. A legalização dos jogos é vista pelos críticos como uma forma de permitir a lavagem de dinheiro.  

"É demagogia pura ou interesse de alguns grupos não querer que esse debate já à frente. Não estamos propondo nenhuma regalia. É regra dura, com compliance, para evitar as versões maléficas que se colocam em cima desse tema. Pode trazer divisas de turismo, de emprego, de renda, de arrecadação. E vai ser tratado com seriedade".
 

Ele reconheceu que há resistências ao projeto, como na bancada evangélica, mas que isso está sendo tratado com clareza. "Esse assunto pode estar na pauta hoje ou amanhã. É possível que nós votemos".

Lira voltou a defende o semipresidencialismo, sistema em que os poderes hoje concentrados no presidente República são divididos entre o presidente e o primeiro-ministro. Mas afirmou que isso é para 2030. De acordo com ele, o presidencialismo, com eleições a cada dois anos, quando incluídas as municipais, dificulta a votação de reformas estruturantes.

"A Câmara patrocinará para que o debate seja claro, franco, produtivo, construtivo, de uma possível mudança no nosso sistema político nacional, se para 2030 queremos fazer uma mudança do presidencialismo para o semipresidencialismo", disse Lira.

Segundo ele, isso é melhor do que reformar a lei do impeachment. Na avaliação de Lira, trata-se de um instrumento que foi banalizado. Destacou também que todo presidente brasileiro, desde Fernando Collor (1990-1992), que sofreu um processo de impeachment, vive um "cai, mas não cai".

"Hoje o Brasil vive o cai, mas não cai. Todo o presidente desde Collor a Bolsonaro, ou caiu por impeachment ou respondeu por impeachment. Tem mais de 300 pedidos. Não podemos banalizar o instrumento".

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