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Operação da PF em condomínio de Bolsonaro reativa discussão em grupo de WhatsApp de moradores

Enquanto alguns reclamam de desvalorização do local, outros afirmam que ex-presidente está sendo perseguido

Fachada da sede da Polícia Federal, em BrasíliaFachada da sede da Polícia Federal, em Brasília - Foto: Carl de Souza / AFP

A operação da Polícia Federal na condomínio onde vive o ex-presidente Jair Bolsonaro, no Jardim Botânico, região nobre da capital federal, voltou a dividir os moradores do local. De um lado, alguns reclamaram sobre a movimentação e a presença da polícia. De outro, apoiadores do ex-chefe do Palácio do Planalto criticam o que veem como "perseguição" a ele.

No grupo de WhatsApp dos condôminos, um morador reagiu às buscas feitas pela PF com provocação. "Quando eu insistia lá atrás que era um equívoco achar que a mudança do dito cujo para o nosso condomínio iria trazer valorização, segurança e tranquilidade, era por causa de situações como a de hoje", escreveu.

Um carro da PF isola a rua onde fica a casa de Bolsonaro na manhã desta quarta-feira (3). Moradores que saem para caminhar e passear com os cães nesta manhã se dividem sobre a presença do ex-mandatário ali. Alguns passam de carro filmando a ação da polícia com o celular.

"Que levem preso logo", disse uma mulher. Outra moradora, que caminhava com seus cães, discordou. Disse que o sentimento era de revolta com a atuação da PF. "Acho um absurdo isso. Por causa de cartão de vacina?", questionou.

Em março, quando Bolsonaro voltou ao país, os moradores já haviam discutido por causa de uma faixa de boas-vindas instalada perto do local. Houve debates acalorados no grupo de WhatsApp que fizeram a administração se manifestar dizendo que não era responsável pela mensagem. Dias depois o cartaz foi retirado e, até hoje, os moradores não sabem quem o instalou.

O imóvel onde o casal mora é de uma amiga de Michelle e precisou passar por algumas reformas para recebê-los. O muro ficou maior e os vidros receberam películas escuras para impedir a visão de dentro da casa. Os custos da moradia são bancados pelo casal.

De acordo com a PF, a Operação Venire tem o objetivo de esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.

Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, além de análise do material apreendido durante as buscas e realização de oitivas de pessoas que detenham informações a respeito dos fatos.

Entre os alvos de apreensão está o ex-presidente. Já entre os presos preventivamente estão alguns de seus ex-funcionários, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa.

Bolsonaro negou nesta manhã que tenha se vacinado ou que tenha qualquer envolvimento com a fraude.

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