Operação investiga irregularidades na área de trading da Petrobras
Prejuízos identificados até agora estão em torno de R$ 17 milhões
A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quinta-feira (18) 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, dentro das investigações da Operação Lava Jato. A 71ª fase, chamada de Operação Sem Limites II, tem como foco a área de trading da Petrobras, relacionada à compra e venda de petróleo, óleos combustíveis e derivados.
As ordens judiciais, expedidas pela 13ª Vara Federal da Justiça Federal em Curitiba, também envolvem dois ofícios para obtenção de dados telemáticos e bloqueio de valores até o limite dos prejuízos identificados até o momento, em torno de R$ 17 milhões. Os 40 policiais cumprem sete mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, um em Cabo Frio e quatro em Petrópolis. A operação de hoje é um desdobramento da Operação Sem Limites, a 57ª fase da Lava Jato, deflagrada em dezembro de 2018.
Segundo a Polícia Federal, a análise do material apreendido na ocasião, além do resultado de pedidos de cooperação jurídica internacional, identificou mais pessoas que “auxiliavam e integravam a organização criminosa estruturada no sentido de lesar a Petrobras, especialmente em sua área de trading, onde são realizados negócios de compra e venda de petróleo, óleos combustíveis e derivados, entre outros, junto a empresas estrangeiras e que são destinadas às atividades comerciais da estatal”.
Leia também
• PF faz busca e apreensão contra aliados de Bolsonaro em inquérito sobre atos antidemocráticos
• Ação da PF aumenta pressão de filhos de Bolsonaro para manter Weintraub
• PF investiga contratos firmados por prefeituras de PE na pandemia
Foram identificados nas investigações vários doleiros que atuavam até 2018 no mercado paralelo de câmbio. De acordo com a PF, eles faziam a remessa de propina paga pelos intermediários no exterior para agentes públicos no Brasil. A investigação identificou titulares de contas no exterior em nome de empresas offshores.
A Polícia Federal suspeita que o esquema tinha o objetivo de manter certos empregados públicos em funções estratégicas da Petrobras, como a Gerência Executiva de Marketing e Comercialização. Os investigados podem responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, organização criminosa, crimes financeiros e lavagem de dinheiro.