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Congresso

Oposição decide entrar com novo pedido de impeachment de Bolsonaro por crise em Manaus

A capital do Amazonas vive um cenário de recorde de hospitalizações por Covid-19 e falta de oxigênio nos hospitais

General Heleno (E) e Jair BolsonaroGeneral Heleno (E) e Jair Bolsonaro - Foto: Evaristo Sá/AFP

Partidos de oposição decidiram nesta sexta-feira (15) apresentar um novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por causa do colapso da saúde em Manaus (AM), que sofre com falta de oxigênio em hospitais em meio à alta de internações por coronavírus.

Em nota, as siglas informaram que a decisão ocorreu "considerando a prática de crimes de responsabilidade em série, que resultaram na dor asfixiante do Amazonas e de milhares de famílias brasileiras". O texto é assinado por Rede, PSB, PT, PC do B e PDT.

"O presidente da República deve ser política e criminalmente responsabilizado por deixar sem oxigênio o Amazonas, por sabotar pesquisas e campanhas de vacinação, por desincentivar o uso de máscaras e incentivar o uso de medicamentos ineficazes, por difundir desinformação, além de violar o pacto constitucional entre União, estados e municípios", diz o documento.


Os partidos pregam que o Congresso Nacional reaja a Bolsonaro "representando a nação". Assinada pelos líderes na Câmara e pelos presidentes das siglas, a nota também prega a volta dos trabalhos do Legislativo "imediatamente" -os parlamentares estão em recesso- para discutir medidas que possam minimizar a crise vivida por Manaus. As atividades do Parlamento só retornam em 1º de fevereiro.

A capital do Amazonas vive um cenário de recorde de hospitalizações por Covid-19 e falta de oxigênio nos hospitais. O insumo faltou em diversos hospitais da rede pública na quinta (14), resultando na morte de pacientes por falta de oxigenação, segundo relato de médicos.

Ainda nesta sexta o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que será inevitável discutir um pedido de impeachment contra Bolsonaro "no futuro".

"Eu acho que esse tema de forma inevitável será discutido pela Casa no futuro. Temos de focar no principal, que agora é salvar o maior número de vidas, mesmo sabendo que há uma desorganização e uma falta de comando por parte do ministério da Saúde", disse o deputado, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes ao lado do governador João Doria (PSDB).

O presidente da Câmara recebeu mais de 50 pedidos de impeachment, mas não deu seguimento a nenhum deles sob o argumento de que isso traria mais instabilidade ao país.

Maia também defendeu que o Congresso volte a trabalhar na semana que vem e enviou um ofício ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para que convoque o Parlamento.

O próprio Alcolumbre, porém, resiste a essa hipótese. Além dele, integrantes dos partidos do centrão que apoiam a candidatura do deputado Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Casa são contra a ideia de retomar as atividades do Legislativo.

Aliados de Lira avaliam que Maia quer o retorno dos trabalhos no Congresso para retomar seu protagonismo no Congresso em busca de atrair votos para o candidato que apoia, Baleia Rossi (MDB-SP).

O emedebista já se posicionou a favor de que o Congresso volte às atividades enquanto Lira defende o contrário.

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