Apesar de convidados, parte da esquerda não compareceu a protesto promovido pelo MBL no Recife
As manifestações políticas contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deste domingo (12), foram as primeiras em que alas ideológicas diferentes estiveram unidas com a mesma pauta. Apesar disso, nem todos os partidos de esquerda compareceram ao ato.
Na Capital Pernambucana, a manifestação foi no Marco Zero do Recife e teve como pauta a defesa do Impeachment do Presidente Bolsonaro e da democracia liberal.
Segundo avalia o organizador do movimento, Izaque Costa, coordenador do MBL em Pernambuco, Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade e foi negacionista no combate à pandemia da Covid-19. Ele afirmou, ainda, que o movimento ficou fortalecido após as manifestações do 7 de Setembro. "A proposta do evento inicialmente, ele foi convocado pelo MBL nacional para dia 12 de setembro. A ideia era a gente retornar a pauta do impeachment contra o presidente da república, junto a isso vários estados ficaram livres para fazer as suas respectivas manifestações", narrou.
Roberto Leandro, um dos coordenadores da Rede Sustentabilidade, avalia que os movimentos tem "uma pauta em comum". "Na verdade existem diferenças no campo democrático, nas forças dos partidos políticos, nos movimentos, mas a pauta desse momento é não buscar as nossas diferenças. A pauta nesse momento é não buscar o que nos une. E o que nos une nesse momento é a defesa da democracia, a defesa da vida, a defesa do estado democrático de direito, a defesa da República. E para isso é fundamental que haja não só a participação através da internet, mas principalmente nesse momento também, a participação dessa maioria da população em manifestações de rua dizendo que não quer o retrocesso", afirmou.
O vice-presidente do PDT no Recife, Rafael Bezerra, afirma que para os partidos de esquerda que não se uniram ao movimento há uma "tentativa de hegemonização". "De manter a falsa polarização entre PT e Bolsonaro. Quando na verdade a sociedade brasileira já está cansada e espera sim a apresentação de projetos. E a gente observa que dos candidatos agora até então postos, Ciro Gomes, o PDT, e um campo maior, mais amplo, tem buscado apresentar essa alternativa que é uma alternativa viável, que não é uma terceira via. É até então o único conglomerado de forças políticas no Brasil que apresenta uma proposta concreta de projeto nacional", analisou.
Segundo Francisco Layon, coordenador do Livres, as participações nos movimentos dependem das orientações partidárias internas. "Eu entendo que cada força política, cada grupo político, dentro do ambiente democrático é livre para entender aquele caminho que vai tomar. Por outro lado, eu acho que como a gente viveu nas diretas já, como a gente viveu também no fora color, nos caras pintadas, a gente precisa primeiro defender a democracia. É óbvio que você olhar para o Livres, o Livres tem diversas questões que está em oposição aos movimentos de esquerda, mas a gente precisa entender que para que a gente tenha eleições livres e limpas em 2022, a gente precisa garantir a democracia, a democracia liberal, que nós tanto defendemos, a democracia que defendida sempre historicamente pelos liberais", disse.