Oposição ganha espaço em comissões no Senado com Flávio Bolsonaro e Damares
A Comissão de segurança começa o ano com projetos prontos para votação que tratam de aumento de penas para diferentes crimes
Com a provável vitória de Davi Alcolumbre (União-AP) para a presidência do Senado, a oposição vai ampliar o espaço à frente de comissões, com o PL à frente de colegiados de destaque. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) será o presidente da Comissão de Segurança Pública, enquanto a ex-ministra Damares Alves ficará à frente da Comissão de Direitos Humanos. Já Marcos Rogério (PL-RO) vai comandar a de Infraestrutura
A Comissão de segurança começa o ano com projetos prontos para votação que tratam de aumento de penas para diferentes crimes. O atual presidente da comissão é o senador Sérgio Petecão (PSD-AC).
Leia também
• Ministros de Lula Retomam mandato parlamentar para votar hoje na eleição do Congresso
• Lula orienta bancada do PT a enfrentar bolsonarismo até 2026: "Nada de paz e amor"
• Dono da BrasilInvest quer promover encontro de Lula e Trump; saiba quem é
Damares, por sua vez, vai assumir o colegiado dos Direitos Humanos
— Na distribuição por proporcionalidade para os partidos coube ao Republicanos a Comissão de Direitos Humanos. O partido entende que eu teria o melhor perfil para presidir a comissão. Parece que vai ser terça-feira a escolha dos presidentes (das comissões). Estou lá indicada, com vontade e querendo — disse Damares ao GLOBO.
Já o colegiado de Infraestrutura terá o senador Marcos Rogério (PL-RO) na presidência. Esse colegiado é relevante porque é o responsável por sabatinar indicados do governo para diversas agências reguladoras. O que obrigará o Palácio do Planalto a negociar com um senador da oposição.
— Nossa estratégia é ocupar espaços. Isso nos dá protagonismo na fiscalização do Executivo e na proposição de pautas das duas Casas que dizem respeito à nossa ideologia. É o que o eleitorado espera — resume o secretário-geral do PL, senador Rogério Marinho (RN)
Já o PT deve ficar no comando de duas comissões, a de Educação, com a senadora Teresa Leitão (PT-PE) e, do Meio Ambiente, com o senador Fabiano Contarato (PT-ES). O parlamentar já era vice-presidente do colegiado, no ano passado, e já esteve no comando entre 2019 e 2020. A preocupação dos governistas é tentar barrar projetos que possam comprometer a imagem do Brasil na área ambiental.
Os partidos da base garantiram o comando de duas das três principais comissões. O senador Otto Alencar (PSD-BA) sucederá Alcolumbre na CCJ e Renan Calheiros (MDB-AL) deverá assumir a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), importante por sabatinar autoridades como diretores e o presidente do Banco Central, além de poder pautar projetos de interesse da equipe econômica.
Também entre as mais pedidas pelos partidos está a Comissão de Relações Exteriores (CRE), relevante porque sabatina embaixadores e dá protagonismo ao parlamentar na discussão da política externa.
O colegiado deverá ser comandado pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) que, apesar de ser do partido de Gilberto Kassab, é considerado como um integrante da direita. Trad já comandou o colegiado em 2019 e 2021 e, na época, agia como base do governo do então presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, o senador elogiou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que é de um campo político oposto ao do presidente Lula.
Como devem ficar o comando das comissões do Senado
Constituição e Justiça - Otto Alencar (PSD-BA)
Assuntos Econômicos - Renan Calheiros (MDB-AL)
Assuntos Sociais - Marcelo Castro (MDB-PI)
Ciência e Tecnologia - Flávio Arns (PSB-PR)
Desenvolvimento Regional e Turismo - Dorinha (União-TO)
Educação - Teresa Leitão (PT-PE)
Infraestrutura - Marcos Rogério (PL-RO)
Agricultura - Zequinha Marinho (Podemos-PA)
Relações Exteriores - Nelsinho Trad (PSD-MS)
Segurança Pública - Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Direitos Humanos - Damares Alves