Reunião

Oposição pede à PGR que Bolsonaro seja investigado por incitar atos de violência

Representação foi entregue a Aras durante reunião para debater federalização do assassinato de petista

Procurador-geral da República Augusto ArasProcurador-geral da República Augusto Aras - Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

Em reunião com o procurador-geral da República, Augusto Aras, nesta terça-feira (12), senadores da coligação do ex-presidente e pré-candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva, do PT entregaram um pedido para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigado por adotar condutas que incentivam e levem à violência.

O encontro na Procuradoria-Geral da República (PGR) foi marcado após o assassinato de um militante petista na noite de sábado (9), em Foz do Iguaçu. O crime foi cometido por um homem que se diz apoiador de Bolsonaro.

Na reunião, os senadores, além de pedirem a investigação do presidente, solicitaram, por meio de dois "incidentes de deslocamento de competência", a federalização da investigação do assassinato. Os políticos também entregaram a Aras um relatório que mostra o crescente número de casos de violência política no Brasil.

No pedido de investigação de Bolsonaro, as condutas praticadas por ele "de forma reiterada, para além de ameaçarem a ordem democrática e a integridade física dos brasileiros, configuram, em tese, crimes definidos no Código Penal e em legislação especial".

"As lives e manifestações públicas do Representado, em geral, configuram verdadeiras exortações de ódio a setores da população brasileira que ousam divergir de suas opções políticas, posturas e compreensões de mundo, o que não pode, jamais, ser admitido como normal, aceitável, ou ser abarcado pela imunidade processual que detém o Presidente da República, na quadra democrática vigente", afirmam, na representação.

Na saída da reunião, que durou cerca  de uma hora e meia, os parlamentares afirmaram que Aras ouviu os pedidos feitos e disse que a PGR acompanha os casos de violência.

— Ele [Aras]  falou mais das investigações, dos atos antidemocráticos que a PGR tá acompanhando. O PGR disse que está acompanhando para que não ocorram atos de violência e que sejam punidos esses responsáveis — afirmou o deputado federal Reginaldo Lopes, líder do PT na Câmara dos Deputados.

Questionado a respeito do posicionamento de Aras sobre o pedido para investigar o presidente, o deputado do PT disse que o PGR foi "genérico"

— Foi genérico em relação ao Presidente da República, mas foi firme em defender que não ocorrerá aqui um seis de janeiro — em referência ao observado nos Estados Unidos.

Veja também

Governo de Minas Gerais suspende "lei seca" durante as eleições de 2024
Eleições

Governo de Minas Gerais suspende "lei seca" durante as eleições de 2024

STF manda pagar pensão vitalícia a ex-governador de MT que ficou 33 dias no cargo
Justiça

STF manda pagar pensão vitalícia a ex-governador de MT que ficou 33 dias no cargo

Newsletter