GOLPE

'Organização criminosa planejava detalhadamente um golpe no país', diz ministro de Lula

Responsável pela articulação política, Alexandre Padilha falou sobre o assunto após reunião com Lula

Alexandre PadilhaAlexandre Padilha - Foto: Agência Brasil

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta sexta-feira que o material apreendido nos mandados de busca e apreensão e prisão da Operação Tempus Veritatis, que teve como alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, comprova a existência de “uma organização criminosa que planejava detalhadamente um golpe no país”.

A operação da PF, realizada na quinta-feira, apura organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. A peça chave na investigação é o vídeo da reunião ministerial realizada em 5 de julho de 2022 pelo então presidente Bolsonaro em seu gabinete. A ocasião foi marcada por ataques ao processo eleitoral, ao STF e ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

— Existia uma organização criminosa que planejava detalhadamente um golpe no país. Planejava, pelas evidências, inclusive perseguir aqueles que defendiam a democracia. O Brasil mostra, pela própria agenda do presidente (Lula), como que a articulação política, as relações institucionais podem ajudar a consolidar nossa democracia — afirmou Padilha a jornalistas nesta sexta após reunião com Lula no Palácio da Alvorada.

Apreendido no computador do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e divulgado em primeira mão pela coluna de Bela Megale, o vídeo da reunião ministerial de Bolsonaro mostra o ex-presidente nervoso, proferindo ataques destemperados e pedindo a seus ministros que atuem para mantê-lo no poder.

Participaram do encontro Anderson Torres (então Ministro da Justiça), Augusto Heleno (então Chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (então Ministro da Defesa), Mário Fernandes (então Chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República) e Walter Braga Netto (ex-Ministro Chefe da Casa Civil e futuro candidato a vice-Presidente da República).

De acordo com a PF, no total estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

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